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Pesquisa aberta

Cientistas montam "Google Earth" geológico

Mapeamento vai reunir informações de pesquisas geológicas de mais de 55 países. Dados serão disponilizados na internet

Geólogos de todo o mundo vão começar a montar na semana que vem o primeiro mapa geológico da Terra, na tentativa de entender melhor o planeta. O projeto OneGeology, que reúne cientistas de mais de 55 países, vai coletar informações de pesquisas geológicas e apresentá-las na internet para que todos tenham acesso a elas, como o Google Earth já faz com as imagens de satélite.

Com isso, além de permitir o acesso universal a imagens detalhadas do solo, as lacunas no conhecimento ficarão mais evidentes.

"Os dados geológicos existem. O que estamos tentando fazer é destrancá-los e torná-los disponíveis universalmente", disse Ian Jackson, da Pesquisa Geológica Britânica, numa entrevista coletiva na quinta-feira. "É como montar um quebra-cabeça global."

"Acreditamos que, ao aumentar a disponibilidade de dados geológicos, nosso conhecimento de fatores ambientais que afetam a saúde e o bem-estar humanos aumente", acrescentou ele.

Um dos objetivos é começar a identificar estruturas geológicas profundas que possam ser usadas para o armazenamento de longo prazo do dióxido de carbono, um gás que provoca o efeito estufa. Muitos cientistas e políticos acreditam que a captação e o armazenamento de carbono sejam um dos instrumentos mais importantes na luta contra o aquecimento global.

Mas Jackson disse que o OneGeology também pode ajudar a detectar problemas em potencial antes que eles apareçam, já que a geologia não respeita fronteiras nacionais. "Se alguém está extraindo água de um lado de uma estrutura geológica que cruze uma fronteira política, enquanto no outro lado alguém a está poluindo, isso é um problema", disse ele. "Saber que a estrutura cruza essa fronteira pode evitar isso."

O projeto, que há um ano não era nem uma proposta no papel, deve começar a dar resultados até meados de 2008, passando a crescer de forma constante conforme mais países entreguem os dados que já possuem para preencher as lacunas.

Um dos problemas é que, embora os dados existam nos países, boa parte de seus formatos não é compatível. O projeto converterá a informação para a nova língua geológica universal, a GeoSciML.

"A necessidade é de tornar os dados disponíveis e harmoniosos entre si", disse Jackson. "O maior obstáculo à informação não é seu custo, é saber que ela existe e onde ela está."

O projeto terá início numa reunião na cidade litorânea de Brighton, na Inglaterra, entre 12 e 16 de março. Detalhes podem ser consultados em www.onegeology.org.

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