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Furacão

Dean chegará ao litoral do estado mexicano de Veracruz esta tarde

O furacão Dean, com ventos de 130 km/h e atualmente na categoria 1 da escala Saffir-Simpson, viaja pelo Golfo do México e deve chegar na tarde desta quarta-feira (22) ao litoral do estado mexicano de Veracruz. Segundo o último boletim do Centro Nacional de Furacões (NHC), com sede em Miami, o furacão está se reorganizando lentamente e pode ganhar força nas águas aquecidas do Golfo do México, enfraquecendo-se novamente ao tocar a terra.

Às 6h, o NHC situava o olho do furacão a cerca de 190 quilômetros a nordeste da cidade mexicana de Veracruz, a 20,3 graus de latitude norte e 94,8 graus de longitude oeste. Ele se desloca a cerca de 32 km/h, em direção oeste-noroeste. O governo mexicano estendeu o alerta de furacão até La Cruz.

Na terça-feira (21), o furacão Dean atravessava com fortes ventos e chuvas torrenciais a península de Yucatán rumo às instalações petrolíferas do Golfo do México, enquanto as autoridades esvaziavam as cidades no caminho da tempestade. Os serviços de emergência não informaram vítimas nem feridos na região, mas no caminho para o México o Dean deixou 11 mortos em diferentes ilhas do Caribe.

Na cidade de Chetumal, sobre o Caribe mexicano e próxima de onde aterrissou o olho da tempestade na madrugada de terça-feira, as ruas estavam inundadas e a circulação estava complicada por causa de árvores caídas, lixo e destroços arrancados de casa mais simples.

O Dean chegou como uma devastadora tempestade de categoria 5, a mais alta na escala Saffir-Simpson, com ventos de 260 quilômetros por hora, perto do porto de Costa Maya e da fronteira com Belize. Mas acabou se debilitando até chegar à categoria 1 por volta do meio-dia desta terça-feira. As 15h (horário de Brasília), o Centro de Furacões dos Estados Unidos informou que o centro do Dean ficava em terra firme, a 75 quilômetros ao sudeste da cidade de Campeche, no golfo do México. O furacão seguia avançando rápido, a 30 quilômetros por hora, mas tinha baixado os ventos a 140 quilômetros por hora.

A tormenta deixou danos menores na infra-estrutura dos centros turísticos de Cancún e da Riviera Maya, onde milhares de turistas e habitantes tiveram de se refugiar nas escolas e hotéis que ficam longe da costa. Mas em Cancún, famosa pelas areias brancas e águas de cor turquesa, o mar tinha invadido grande parte da praia, que quase foi tragada por completo pelo furacão Wilma em outubro de 2005, o que obrigou as autoridades a acrescentar areia quase constantemente. "O vento golpeava as janelas (do hotel), mas foi apenas o impacto do vento, na madrugada já não se sentia mais", disse Linda Sykes, de 21 anos, em um hotel de Cancún assim que a tempestade enfraqueceu.

Os aeroportos de Cancún, a ilha de Cozumel e Mérida funcionavam com normalidade, disse a operadora aeroportuária Asur.

O presidente mexicano, Felipe Calderón, partiu nesta terça-feira para Chetumal após concluir antecipadamente a cúpula de líderes da América do Norte no Canadá para supervisionar as operações de emergência. Inicialmente, Calderón, que se reuniu separadamente com o colega americano, George W. Bush, e o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, planejava permanecer no país até quarta-feira.

Calderón tinha dito que, em geral, o furacão não causou maiores danos ao México, mas que o país "vai deixar de produzir cerca de 2.600.000 barris diários de petróleo até a próxima sexta-feira" e que a atenção do governo terá foco em atender à situação dos indígenas mais afetados.

A chegada do Dean afetou nos últimos dias a zona turística do Caribe mexicano, que ainda tem fresca recordação do Wilma, que arrasou Cancún e outros centros tragando praias inteiras, matando sete pessoas e causando danos no valor de 2,6 bilhões de dólares. A empresa Risk Management Solutions, consultora de seguros, estimou que o furacão vai gerar perdas de entre 750 milhões e 1,5 bilhão de dólares em todo o Caribe.

O furacão também provocou problemas para a tripulação da Estação Espacial Internacional. O ônibus espacial americano Endeavour teve que antecipar em um dia o seu retorno à Terra, devido à iminência de fortes chuvas e ventos na região do pouso, em Houston, no Texas.

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