Nova York - Os advogados do diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, vão tentar libertá-lo em uma nova audiência de pedido de fiança nesta quinta-feira, em Nova York. A defesa proporá à Justiça condições restritas como o uso de uma tornozeleira eletrônica.
"Os advogados acreditam ter um pacote que será aceito pelo tribunal", disse o especialista legal Jeff Toobin à rede de televisão CNN, acrescentando que as "condições restritivas" incluiriam "tornar sua fuga dos EUA impossível".
O diretor-gerente do FMI está preso em Nova York desde sábado, acusado de violentar uma camareira do hotel em que estava hospedado. Ele enfrentará uma nova audiência amanhã, quando se espera que haja uma decisão do júri sobre as acusações de agressão sexual e tentativa de estupro em um hotel de Manhattan.
Um juiz de Nova York negou fiança a Strauss-Kahn na segunda-feira apesar da oferta de US$ 1 milhão, alegando que o político francês poderia fugir. A França e os EUA não têm acordo de extradição.
Mas Toobin disse que as propostas da defesa para fiança incluem "não sair de apartamento, quarto de hotel ou escritório; uma grande soma de dinheiro e a entrega do passaporte."
Substituição
O número 2 na hierarquia do FMI, John Lipsky, representará o organismo na cúpula de chefes de Estado e de governo do G8. O encontro do grupo ocorrerá entre os dias 26 e 27 de maio em Deauville, no norte da França. A presença de Lipsky, designado como diretor interino do FMI na ausência de Dominique Strauss-Kahn, foi confirmada ontem pelo porta-voz do governo francês, François Baroin.
Vários governos já estão se movimentando nos bastidores para que Strauss Kahn seja substituído antes do fim de seu mandato, previsto para setembro de 2012.
Um recado já foi mandado pelo secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, que afirmou ontem que o FMI deve "resolver" a substituição de Strauss-Kahn "nos próximos dias".
O atual número um na hierarquia do FMI também é o principal concorrente do presidente Sarkozi na eleição francesa de 2012.
O partido de Sarkozy também já pediu que Strauss-Kahn seja substituído. "Eu não vejo como ele pode cumprir seu mandato como diretor-gerente do FMI", afirmou Cope, líder da União por um Movimento Popular (UMP).
Sarkozy aparece como o potencial beneficiário do incidente, já que Strauss-Kahn era visto como o candidato mais promissor do opositor Partido Socialista à eleição presidencial.