Vista de prédio da penitenciária Rikers Island, onde Strauss-Kahn está preso| Foto: Emmanuel Dunand/AFP

Partido de Strauss-Kahn mantém a liderança após escândalo

Paris - A primeira pesquisa de opinião realizada na França após o escândalo sexual envolvendo Dominique Strauss-Kahn, diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), mostrou que a oposição de esquerda ainda está na frente. Strauss-Kahn era o candidato mais provável do Partido Socialista e pela primeira vez não foi incluído numa sondagem sobre potenciais candidatos ao pleito de 2012.

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Para Mantega, sucessor deve ser escolhido por mérito

Brasília - O ministro da Fazenda Guido Mantega enviou ontem carta aos membros do G-20 manifestando o posicionamento do Brasil na escolha do próximo diretor-ge­­rente do Fundo Monetário Inter­­nacional.

O atual diretor-gerente do Fun­­do, Dominique Strauss-Kahn, está preso desde sábado acusado de violentar a camareira de um hotel onde se hospedava em Nova York.

De acordo com a carta, o Brasil apoia que a seleção deva ser baseada no mérito e não na nacionalidade, como prevê o estatuto do FMI. "Já se passou o tempo em que poderia ser remotamente apropriado reservar esse importante cargo para um cidadão europeu", diz Mantega em carta.

No início da carta, Mantega diz que Strauss-Kahn tem o direito irrestrito à defesa e todas as acusações têm de ser cuidadosamente examinadas.

"Neste momento difícil, não podemos esquecer o papel exercido pelo senhor Strauss-Kahn co­­mo diretor-gerente do FMI. Ele atuou de forma decisiva nos esforços internacionais", afirma Man­­tega na carta.

Cópia da ficha de prisão de Dominique Strauss-Kahn, em Nova York
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Nova York - Os advogados do diretor do Fun­­do Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, vão ten­­­­tar libertá-lo em uma nova au­­diência de pedido de fiança nesta quinta-feira, em Nova York. A de­­­fesa proporá à Justiça condições res­­tritas como o uso de uma tornozeleira eletrônica.

"Os advogados acreditam ter um pacote que será aceito pelo tri­­bunal", disse o especialista legal Jeff Toobin à rede de televisão CNN, acrescentando que as "condições restritivas" incluiriam "tornar sua fuga dos EUA impossível".

O diretor-gerente do FMI está preso em Nova York desde sábado, acusado de violentar uma camareira do hotel em que estava hospedado. Ele enfrentará uma nova audiência amanhã, quando se es­­pera que haja uma decisão do júri sobre as acusações de agressão se­­xual e tentativa de estupro em um hotel de Manhattan.

Um juiz de Nova York negou fiança a Strauss-Kahn na segunda-feira apesar da oferta de US$ 1 mi­­lhão, alegando que o político francês poderia fu­­gir. A França e os EUA não têm acordo de extradição.

Mas Toobin disse que as propos­­tas da defesa para fiança incluem "não sair de apartamento, quarto de hotel ou escritório; uma grande soma de dinheiro e a entrega do passaporte."

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Substituição

O número 2 na hierarquia do FMI, John Lipsky, representará o organismo na cúpula de chefes de Estado e de governo do G8. O en­­contro do grupo ocorrerá entre os dias 26 e 27 de maio em Deauville, no norte da França. A presença de Lipsky, designado como diretor interino do FMI na ausência de Dominique Strauss-Kahn, foi confirmada on­­tem pelo porta-voz do governo francês, François Baroin.

Vários governos já estão se mo­­vimentando nos bastidores para que Strauss Kahn seja substituído antes do fim de seu mandato, previsto para setembro de 2012.

Um recado já foi mandado pe­­lo secretário do Tesouro dos EUA, Ti­­mothy Geithner, que afirmou ontem que o FMI deve "resolver" a substituição de Strauss-Kahn "nos próximos dias".

O atual número um na hierarquia do FMI também é o principal concorrente do presidente Sarko­­zi na eleição francesa de 2012.

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O partido de Sarkozy também já pediu que Strauss-Kahn seja substituído. "Eu não vejo como ele pode cumprir seu mandato co­­mo diretor-gerente do FMI", afirmou Cope, líder da União por um Movimento Popular (UMP).

Sarkozy aparece como o potencial beneficiário do incidente, já que Strauss-Kahn era visto como o candidato mais promissor do opositor Partido Socialista à eleição presidencial.