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Derrota de Bush

Democratas retomam o controle da Câmara dos Deputados dos EUA

Os democratas tiraram os republicanos do controle da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos e conseguiram ganhos no Senado na terça-feira, enquanto caminhavam para a vitória em meio a uma onda de descontentamento com a guerra no Iraque, a corrupção e a liderança do presidente George W. Bush.

Dois anos depois de uma decisiva vitória eleitoral para Bush e os republicanos, os democratas conseguiram pelo menos as 15 cadeiras que precisavam para ganhar o controle da Câmara pela primeira vez desde 1994, segundo projeções de emissoras de TV.

A vitória deve frear a agenda legislativa de Bush nos seus dois últimos anos de mandato, fazer da democrata Nancy Pelosi a presidente da Câmara e dar aos democratas a chance de investigar as mais controversas políticas de seu governo, como a guerra no Iraque.

Mas os republicanos lideravam disputas apertadas no Tennessee e na Virgínia, consideradas cruciais para que os democratas tenham a maioria no Senado.

Todas as 435 cadeiras da Câmara dos Deputados, além de 33 cadeiras do Senado e 36 cargos de governador, estavam em jogo nas eleições.

-- Na Pensilvânia, o democrata Bob Casey Jr. derrotou o republicano Rick Santorum, terceiro homem mais importante do partido no Senado, e um dos principais alvos democratas nessas eleições.

-- O senador por Ohio Mike Dewine foi derrotado pelo democrata Sherrod Brown, enquanto o senador republicano por Rhode Island Lincoln Chafee perdeu a reeleição para o democrata Sheldon Whitehouse.

-- A senadora democrata Hillary Clinton conseguiu uma fácil reeleição por Nova York.

-- O senador por Connecticut Joseph Lieberman, que disputou como independente, derrotou o adversário democrata antiguerra no Iraque, Ned Lamont, que o havia derrotada na primária democrata. Lieberman, no entanto, prometeu votar com os democratas no Senado, se fosse reeleito.

CORRUPÇÃO E ÉTICA TÊM MAIOR IMPORTÂNCIA

As primeiras pesquisas de boca-de-urna mostraram que os eleitores norte-americanos rejeitaram a guerra no Iraque por uma grande margem, mas mais eleitores disseram que a corrupção e a ética foram mais importantes para definir o voto que outras questões, inclusive a guerra, disse a CNN.

"Acho que isso se deve ao fato de que muitos de nossos eleitores começaram a acreditar que damos mais valor ao poder do que aos princípios", disse o senador republicano por Arizona, John McCain à Fox.

Numa campanha dominada pelo assunto Iraque, Bush defendeu sua condução do conflito até o fim, apesar da queda em sua popularidade e do crescente descontentamento do público. Ele desafiou os democratas perguntando o que eles teriam feito de diferente e previu que os republicanos manteriam o controle do Congresso.

"Não há muito que possamos fazer para forçar realmente o presidente a deixar o Iraque, mas no final das contas podemos ter alguma influencia e acho que vocês verão certamente uma tentativa para mudar a direção", disse à CNN o líder do Partido Democrata Howard Dean.

A história está com os democratas --o partido que está na Casa Branca tradicionalmente perde vagas no Congresso no sexto ano de um presidente.

MERCADOS

As primeiras reações do mercado eram de cautela, diante da indefinição sobre quem irá controlar o Senado.

"Parece que os democratas vão controlar a Câmara, mas não está claro se eles vão conseguir o mesmo no Senado... os democratas podem retomara a Câmara mas não o Senado. Se isso acontecer assim, isso seria o que os mercados financeiros estavam esperando", disse Nigel Gault, diretor de pesquisa econômica dos EUA, no Global Insight, em Nova York.

"Não estou certo de que haveria uma grande reação. Agora, se os democratas controlares as duas Casas pode haver alguma reação negativa, talvez nos mercados de ações e de câmbio, porque os democratas serão vistos como menos favoráveis aos negócios e mais protecionistas do que os republicanos", acrescentou.

A campanha eleitoral foi cara e agressiva. Os candidatos e seus aliados políticos gastariam uma quantia estimada em 2,6 bilhões de dólares, segundo a previsão de um grupo apartidário, o Center for Responsive Politics, feita no mês passado.

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