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Manifestantes da oposição seguram cartaz com o dizer: "Não a extensão do mandato presidencial", durante protestos em Moscou | Sergei Karpukhin / Reuters
Manifestantes da oposição seguram cartaz com o dizer: "Não a extensão do mandato presidencial", durante protestos em Moscou| Foto: Sergei Karpukhin / Reuters

A Câmara dos Deputados da Rússia aprovou nesta sexta-feira (14) a prorrogação do mandato presidencial de quatro para seis anos. As mudanças foram aprovadas por 388 votos a favor e 58 contra.

O presidente Dmitry Medvedev anunciou na semana passada que buscaria a alteração e enviou a proposta ao Parlamento no início desta semana. Com a alteração, que não vale para o atual governo, o primeiro-ministro Vladimir Putin poderia voltar à presidência e permanecer por 12 anos no cargo.

Ainda bastante popular no país, Putin não poderia ficar no poder por um terceiro mandato. Ele deixou a presidência em maio, apontando Medvedev como seu sucessor. Com o importante apoio, Medvedev venceu as eleições. Putin então assumiu o cargo de primeiro-ministro.

O próprio Putin, porém, negou anteriormente que a alteração no tempo do mandato seja para favorecê-lo, mas que a intenção é fortalecer a democracia no país.

Caminho

A Câmara dos Deputados é dominada pelo partido governista Rússia Unida. A medida deve ainda passar pelo Senado e por uma maioria das legislaturas regionais. O Rússia Unida também domina essas instâncias.

Alguns analistas especulam que um dos cenários para a volta de Putin incluiria a renúncia de Medvedev, o que deixaria o primeiro-ministro como presidente interino e forçaria a convocação de novas eleições. A tendência é que Putin vença o pleito.

Antes da sessão, o líder do Partido Comunista, Gennady Zyuganov, disse que sua bancada rechaçaria a proposta. "Se nós avaliarmos a abrangência do poder do atual presidente, ele tem mais poder que o secretário-geral (da União Soviética), o czar e o faraó somados", criticou Zyuganov. "Ele tem poder suficiente para tratar de qualquer assunto. E não há um único elemento de controle sobre sua autoridade."

Os parlamentares votaram também a ampliação dos mandatos dos legisladores, de quatro para cinco anos.

Visita de Medvedev

O presidente russo planeja visitar em breve Cuba, Venezuela e Brasil, informou a assessoria de imprensa do Kremlin nesta sexta-feira (14). Com Havana e Caracas, o governo russo fortaleceu suas relações militares e comerciais nos últimos anos.

Medvedev irá a Cuba em 27 de novembro. Os Estados Unidos já realizaram críticas por causa dos vínculos de Rússia com Cuba e Venezuela. Os dois países latino-americanos mantêm relações ruins com Washington.

A União Soviética foi um ponto de apoio importante para o regime comunista cubano, até o fim da Guerra Fria. Em relação à Venezuela, os russos venderam milhões de dólares em armas. Além disso, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, convidou empresas russas a participar da exploração de petróleo local.

Uma frota da força naval russa está a caminho do Mar do Caribe, onde realizará exercícios militares conjuntos com a Venezuela. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

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