Brasília - A presidente Dilma Rousseff avisou ontem que só apoiará iniciativas em relação ao conflito na Líbia tomadas no âmbito das Nações Unidas. Ela descartou ações isoladas, como a proposta do homólogo venezuelano Hugo Chávez, que defendeu o envio de uma missão internacional de paz a Trípoli.
À noite, Dilma encarregou o seu porta-voz, Rodrigo Baena, a deixar claro que não se alinhará a nenhum líder estrangeiro, aliado ou distante do governo brasileiro, em tentativas de mediação paralela. Assim, o Planalto quis também respaldar as decisões de diplomatas brasileiros nos fóruns das Nações Unidas.
Em entrevista no comitê de imprensa do Planalto, o porta-voz Rodrigo Baena disse que a presidente concordará com as medidas que vieram ser aplicadas pela ONU. A uma pergunta sobre se ela teria se manifestado a respeito de proposta de Chávez de uma missão de paz, Baena respondeu: "O presidente Chávez não entrou em contato com a presidenta Dilma", afirmou.
As declarações de Baena vieram à tona logo depois de agências de notícias estrangeiras terem informado que Chávez havia procurado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para participar da intermediação. Lula tem o mesmo posicionamento de Dilma, segundo fontes do governo e próximas ao ex-presidente.
Assessores do governo disseram que Chávez também fez chegar ao Planalto proposta de uma parceria com o Brasil na questão da crise na Líbia. Interlocutores procurados pelo presidente venezuelano, porém, foram avisados por Dilma de que a posição dela passa, sobretudo, pelo entendimento com a comunidade internacional.