O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, propôs neste sábado (9) o fim imediato das hostilidades na Ossétia do Sul e o início do processo de desmilitarização dessa região separatista georgiana.
"Propomos o cessar-fogo imediato e o início da retirada de tropas", disse Saakashvili, em entrevista coletiva.
No entanto, segundo a agência de notícias russa Interfax, a artilharia georgiana voltou a abrir fogo neste sábado (9) às 13h55 (6h55 de Brasília) contra Tsjinvali, capital da Ossétia do Sul. As autoridades ossetas confirmaram o ataque na cidade, indicando que os disparos foram feitos contra "bairros residenciais".
"Neste momento, bairros residenciais de Tsjinvali são alvos de disparos intensos", indicou o comitê de informação da Ossétia do Sul em sua página da internet oficial.
Disparos de tanques e morteiros se sucedem em espaços de menos de um segundo, segundo o comitê.
O Exército russo afirmou neste sábado de manhã ter "liberado completamente" a cidade de Tsjinvali que os georgianos afirmavam ter sob controle, segundo as agências russas.
Desconhecimento
O comandante das tropas russas de paz na Ossétia do Sul, general Marat Kulakhmetov, disse desconhecer o pedido de cessar-fogo do presidente georgiano.
"A parte georgiana está bombardeando Tskhinvali (capital da Ossétia do Sul) durante 40 minutos", disse, em relação à cidade que as tropas russas reconquistaram este sábado para os separatistas.
Também não param, disse, as "tentativas de ataque à cidade com o uso de carros de combate e transportes blindados".
De acordo com os dados oficiais mais recentes, em três dias de combates, as forças governamentais georgianas tiveram cerca de 50 baixas e aproximadamente entre 470 e 480 feridos.
Simultaneamente, um comunicado divulgado pela Chancelaria georgiana acusa a Rússia de lançar uma "agressão militar de grande escala contra um Estado soberano".
"A aviação russa bombardeia alvos militares e civis em todo o território da Geórgia. Em águas da Abkházia (outra região separatista), entraram navios da Marinha russa", diz o documento.
Enquanto isso, unidades do Exército russo entraram na Ossétia do sul para implantar um "regime de ocupação militar", segundo a nota.
"Hoje, a Geórgia está de fato em guerra com a Rússia", diz o documento, e assegura que "o Estado georgiano empreende todas as medidas para preservar a independência e garantir a segurança de seus cidadãos".
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