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Meio ambiente

Encontro em Tóquio debate regras climáticas pós-Kyoto

Autoridades dos países desenvolvidos e em desenvolvimento reúnem-se nesta quarta-feira, em Tóquio, para dar continuidade ao Protocolo de Kyoto, documento sobre mudança climática.

Os 20 países que participam da conferência ``informal'' de dois dias, incluindo Estados Unidos, China e Índia, respondem por cerca de 70 por cento das emissões mundiais de gases causadores do efeito estufa, disseram autoridades do Ministério das Relações Exteriores do Japão. A conferência é presidida por Japão e Brasil.

``Há um crescente reconhecimento de que precisamos de uma resposta global à mudança climática, e precisamos atrair ainda mais países em desenvolvimento como China, Índia e Brasil'', disse Yvo de Boer, chefe do Secretariado Climático da Organização das Nações Unidas (ONU).

``Estes países acham muito importante conseguir crescimento econômico e erradicar a pobreza'', disse ele a repórteres em Tóquio.

``Isso significa que temos que encontrar meios de apresentar incentivos para estes países agirem na questão de mudança climática''.

O Protocolo de Kyoto obriga 35 países desenvolvidos a cortarem emissões a níveis 5 por cento abaixo dos padrões de 1990, entre 2008 e 2012. Mas os países que assinaram o protocolo são responsáveis por apenas um terço das emissões de gases nocivos no mundo.

``Um dos objetivos da conferência é convencer os países em desenvolvimento a aderirem ao documento'', disse uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores do Japão. ``Por ser um encontro informal, as pessoas que participam podem trocar idéias com mais liberdade''.

A autoridade disse que a conferência de Tóquio, a quinta deste tipo, tem por objetivo ajudar a abrir caminho para a comunidade internacional estabelecer regras sobre combate à mudança climática depois do final do Protocolo de Kyoto, em 2012.

``O Protocolo de Kyoto fornece compromissos apenas até 2012, nada além disso'', disse De Boer. ``Acho que o próximo ano será absolutamente crítico em termos de avanço para a próxima fase das negociações internacionais. Acho que as reuniões que estão acontecendo aqui podem dar uma importante contribuição ao processo''.

Os EUA, que são a maior fonte do mundo de gases causadores do efeito estufa, retiraram-se de Kyoto em 2001, dizendo que o acordo provocaria cortes de empregos e excluía países em desenvolvimento como China, Índia, África do Sul e Brasil.

O presidente dos EUA, George W. Bush, pediu na terça-feira para os norte-americanos cortarem o uso de gasolina em 20 por cento em uma década, principalmente através de um aumento de quase cinco vezes no uso de combustíveis nacionais, como etanol, até 2017.

Em seu discurso anual para o Estado da União, Bush pediu maiores padrões de eficiência nos combustíveis para veículos e a dobro da capacidade de Reserva Estratégica de Petróleo, para 1,5 bilhão de barris, até 2027.

Boer saudou o discurso de Bush e disse: ``Acho importante reconhecer que o clima sobre o clima está mudando nos EUA''.

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