Os Estados Unidos vão liberar mais US$ 9 milhões em ajuda para os refugiados e migrantes venezuelanos que estão na Colômbia. O dinheiro vai ser direcionado para água, suprimentos médicos e outras necessidades imediatas, afirmou Nikki Haley, embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas.
A Colômbia tem lutado para fazer frente ao crescente fluxo de refugiados venezuelanos, estimado em mais de 1 milhão de pessoas. Mas o novo presidente colombiano, Ivan Duque, que tomou posse na terça, está pedindo mais ajuda internacional.
Na semana passada, o então presidente Juan Manuel Santos assinou um decreto que concedeu permissão de residência especial para 440 mil venezuelanos que estão ilegalmente na Colômbia, o que possibilitará que eles tenham a possibilidade de estudar, trabalhar e receber atendimento médico.
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A mudança de governo na Colômbia causou uma debandada de venezuelanos em direção à fronteira com o Equador, por causa do medo que o governo colombiano feche as fronteiras com a Venezuela.
Segundo as autoridades equatorianas, nos últimos dias chegou-se a registrar a entrada de até 4,2 mil venezuelanos por dia. Rumichaca, o principal ponto de passagem entre a Colômbia e o Equador, chegou a ficar congestionada. Três províncias do Norte do Equador decretaram estado de emergência institucional. O site alemão Deutsche Welle informou que esta medida deve acelerar o envio de médicos, assistentes sociais e policiais da área de imigração à fronteira.
Acusação
A diplomata culpou o ditador venezuelano Nicolás Maduro pela ruína econômica e humanitária do país. Estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que o país terá uma inflação de 1.000.000%, a 23ª maior da história, segundo levantamento feito pelo professor Steve Hanke, da Universidade Johns Hopkins (EUA). A previsão é que o produto interno bruto (PIB) despenque 18% neste ano, marcando o quinto ano seguido de retração da economia venezuelana.
“Maduro deveria deixar o poder”, disse a diplomata, que não mencionou a possibilidade de os Estados Unidos intervirem militarmente nos Estados Unidos. Essa possibilidade já foi levantada pelo presidente Donald Trump. Segundo ela, outros países norte-americanos deveriam intervir e pressionar o ditador venezuelano. Ela argumenta que, se a região dá as costas para Maduro, outros países e organizações internacionais farão o mesmo.
Analistas latino-americanos apontam que a pressão americana, como a visita de Haley à fronteira entre a Colômbia e a Venezuela na quarta-feira, pode ampliar ainda mais a atenção internacional sobre a crise. Mas alertam que o episódio também pode contribuir para a narrativa do ditador venezuelano, que diz que ele e seu país estão sob o cerco de Washington. O governo americano já impôs três rodadas de sanções contra o governo de Maduro, a última em maio.
Maduro culpou a Colômbia e outros inimigos externos pela suposta tentativa de assassinato no sábado passado. A acusação foi considerada ridícula pelos governos colombiano e norte-americano.
“A Venezuela continuará no caminho democrático, independente e socialista”, disse o ditador, após o suposto ataque.
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