Os Estados Unidos confirmaram nesta quarta-feira (14) a autenticidade do vídeo publicado pela organização terrorista Al Qaeda na Península Arábica (AQPA) em que reivindica o atentado contra a "Charlie Hebdo" em Paris, mas a investigação continua para determinar se esse grupo esteve efetivamente por trás do ataque.
"A comunidade de inteligência (americana) determinou que o vídeo da AQPA que reivindica a responsabilidade do ataque da semana passada contra (a revista) Charlie Hebdo é autêntico", disse a porta-voz adjunta do Departamento de Estado, Marie Harf, em sua entrevista coletiva diária.
O vídeo mostra um dirigente militar da AQPA, Nasr bin Ali al Anesi, confessando que o atentado foi planejado e financiado pela cúpula do Al Qaeda, que seguiu as ordens do líder da organização central, Ayman al-Zawahiri, sucessor de Osama bin Laden.
"Achamos que isto provém do ramo midiática da AQPA e é o último exemplo de que a AQPA é a filial mais perigosa do núcleo da Al Qaeda, particularmente em termos de planejar (ataques) externos fora da região onde se encontram", indicou Harf.
No entanto, garantiu que os Estados Unidos "ainda estão revisando cada peça de informação para determinar exatamente quais são os laços entre os atacantes (de Paris) e a AQPA, particularmente membros específicos da AQPA como (o imã) Anwar al Awlaki".
O vídeo da Al Qaeda assinalou que Al Awlaki, um clérigo radical considerado o cérebro de vários planos terroristas contra os Estados Unidos e morto em um ataque de um drone americano em 2011, esteve envolvido antes de sua morte nos planos do atentado de Paris.
Perguntada por se é possível que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) estivesse envolvido no atentado, Harf respondeu que a inteligência americana está "analisando qualquer coisa (ou organização) que possa ter inspirado os atacantes".
"É possível que atuassem inspirados por uma série de grupos terroristas diferentes, não só um", assinalou a porta-voz.
Antes de morrer, um dos irmãos autores do massacre à revista, Said Kouachi, confessou em declarações a uma emissora de televisão francesa enquanto era procurado pela polícia que tinha recebido treinamento no Iêmen, o que pôs o país da península Arábica no ponto da mira ocidental.
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