A missão de Angelina Jolie -A atriz Angelina Jolie esteve ontem em um campo de refugiados somalis em Ras Djir, na Tunísia, a 8 quilômetros da fronteira com a Líbia. A visita teve de ser encurtada por motivos de segurança. Jolie é embaixadora da comissão da ONU para os refugiados, que já somam mais de 200 mil em território tunisiano| Foto: Jason Tanner/Reuters

Washington - Mais de duas semanas após o início dos bombardeios na Líbia, EUA e Europa começaram a oferecer uma espécie de "delação premiada’’ para convencer colaboradores do ditador Muamar Kadafi a abandoná-lo.

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O Tesouro norte-americano decidiu suspender sanções financeiras que impusera a Moussa Koussa, ex-chanceler e um dos ma­is graduados funcionários de Kadafi a desertar.

Na semana passada, Koussa fugiu para o Reino Unido, e há a suspeita de que ele já esteja repassando informações sobre o ditador a funcionários do governo britânico. O chanceler do Reino Unido, William Hague, disse que qualquer um dos líbios nas listas de sanções da União Europeia ou da ONU, que incluem proibição de viagens e congelamento de bens, pode ter as restrições suspensas se desistir do apoio a Kadafi.

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Estima-se que, só em investimentos no Reino Unido, os líbios atingidos pelas sanções tenham US$ 20 milhões.

O Tesouro dos EUA, que tem 13 altos funcionários líbios em sua "lista negra’’, informou que suspendeu as sanções a Koussa na esperança de "encorajar outros integrantes do regime a tomar atitudes semelhantes’’. A decisão, po­­rém, causou mal-estar entre pa­­rentes das vítimas do atentado de Lockerbie (Escócia), em 1988, quan­­do 270 pessoas morreram depois da explosão de um voo da Pan Am por terroristas líbios. Moussa, então chefe da inteligência líbia, é acusado de envolvimento. Ontem, as forças de Kadafi expulsaram os rebeldes de Brega, cidade petrolífera no leste do país, em meio a novas queixas dos insurgentes contra a Otan. Eles vêm perdendo terreno desde que a aliança militar substituiu os EUA no comando dos ataques, na semana passada.

A Otan, por sua vez, disse já ter destruído 30% da capacidade militar de Kadafi.

Numa rara boa notícia para o campo rebelde, os insurgentes ven­­deram seu primeiro carregamento de petróleo: 1 milhão de barris, por US$ 125 milhões, a uma companhia suíça.

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