Washington - Mais de duas semanas após o início dos bombardeios na Líbia, EUA e Europa começaram a oferecer uma espécie de "delação premiada para convencer colaboradores do ditador Muamar Kadafi a abandoná-lo.
O Tesouro norte-americano decidiu suspender sanções financeiras que impusera a Moussa Koussa, ex-chanceler e um dos mais graduados funcionários de Kadafi a desertar.
Na semana passada, Koussa fugiu para o Reino Unido, e há a suspeita de que ele já esteja repassando informações sobre o ditador a funcionários do governo britânico. O chanceler do Reino Unido, William Hague, disse que qualquer um dos líbios nas listas de sanções da União Europeia ou da ONU, que incluem proibição de viagens e congelamento de bens, pode ter as restrições suspensas se desistir do apoio a Kadafi.
Estima-se que, só em investimentos no Reino Unido, os líbios atingidos pelas sanções tenham US$ 20 milhões.
O Tesouro dos EUA, que tem 13 altos funcionários líbios em sua "lista negra, informou que suspendeu as sanções a Koussa na esperança de "encorajar outros integrantes do regime a tomar atitudes semelhantes. A decisão, porém, causou mal-estar entre parentes das vítimas do atentado de Lockerbie (Escócia), em 1988, quando 270 pessoas morreram depois da explosão de um voo da Pan Am por terroristas líbios. Moussa, então chefe da inteligência líbia, é acusado de envolvimento. Ontem, as forças de Kadafi expulsaram os rebeldes de Brega, cidade petrolífera no leste do país, em meio a novas queixas dos insurgentes contra a Otan. Eles vêm perdendo terreno desde que a aliança militar substituiu os EUA no comando dos ataques, na semana passada.
A Otan, por sua vez, disse já ter destruído 30% da capacidade militar de Kadafi.
Numa rara boa notícia para o campo rebelde, os insurgentes venderam seu primeiro carregamento de petróleo: 1 milhão de barris, por US$ 125 milhões, a uma companhia suíça.
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