Em meio à contínua violência no Iraque, o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, disse nesta quarta-feira que o objetivo dos EUA é treinar as forças locais, e não tentar "subjugar cada cara ruim do país".
"Na verdade, a missão central dos EUA é treinar as forças iraquianas de modo que possam fazer o trabalho. Eles obtêm informações melhores. Sabem melhor quem são as pessoas. É o país deles. É obrigação e responsabilidade deles", afirmou Snow à MSNBC.
Um documento reservado escrito pelo coronel Peter Devlin, que teve partes divulgadas nesta semana, concluiu que a situação na província de Anbar, uma vasta área desértica no Oeste do país, considerada o principal reduto da insurgência sunita, é sombria e deve piorar sem a chegada de mais soldados e de ajuda dos EUA.
O general fuzileiro Richard Zilmer, principal comandante dos EUA no Oeste do Iraque, disse na terça-feira que concorda com a avaliação do coronel, mas contestou o jornal "Washington Post" por dizer que Anbar era uma causa perdida.
As autoridades americanas sempre citam a importância de treinar e equipar as forças iraquianas, mas a declaração de Snow dá a impressão de tirar a ênfase da atual operação militar contra a insurgência.
"O importante no Iraque não é que os EUA entrem e subjuguem cada cara ruim no país. Isso seria fracasso. Significaria que temos de ocupar o Iraque para sempre. Não queremos fazer isso", afirmou Snow.
Dos 147 mil soldados dos EUA no Iraque, cerca de 30 mil estão em Anbar.
O presidente George W. Bush vem se referindo ao Iraque como uma frente central na guerra ao terrorismo global. "Se abandonarmos a luta nas ruas de Bagdá, vamos enfrentar terroristas nas ruas das nossas próprias cidades", disse Bush em 31 de agosto em Utah, repetindo um tema de seus temas mais recorrentes.
Os democratas insistiram nesta quarta-feira nos apelo pela demissão do secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, em conseqüência dos problemas no Iraque. O deputado John Murtha apresentou uma resolução nesse sentido, embora admitindo que há poucas chances de ser aprovada no plenário, dominado pelos republicanos.
O senador democrata Robert Byrd também pediu a demissão do secretário e disse que "o amor egoísta pelo poder ou algum tipo de manifestação equivocada de dureza" mantém Rumsfeld no cargo.
Já o deputado republicano Christopher Shays disse em uma audiência sobre a reconciliação nacional do Iraque que as decisões tomadas pelos EUA estão dificultando a reconstrução das instituições de governo e segurança naquele país.
- Nós os atacamos. Desmantelamos seu Exército, sua polícia e suas patrulhas de fronteira, e os deixamos sem segurança - afirmou Shays.
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