Novo escândalo
Ministro é acusado de assédio sexual
Promotores franceses abriram inquérito para analisar acusações de assédio sexual feitas contra o ministro da Casa Civil da França, George Tron. Uma das duas mulheres que apresentaram a denúncia disse que a prisão do ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn, acusado de crime sexual, a encorajou a procurar a Justiça.
A promotora Marie-Suzanne Le Queau declarou que um inquérito preliminar foi aberto por causa das acusações. "O inquérito vai apurara suspeita de agressão sexual e estupro", disse Le Queau.
Gilbert Collard, o advogado das duas mulheres, afirmou que as acusações são contra assédio sexual que teria sido cometido por Tron, mas não especificou quando os crimes teriam ocorrido.
O advogado de Tron, Olivier Schnerb, rejeitou as acusações e afirmou que foi instruído a processar as mulheres por difamação. "É uma sucessão de afirmações falsas e difamatórias", disse.
Candidato mexicano pede apoio ao Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que na próxima semana o presidente do Banco Central do México, Agustín Carstens, deverá vir ao Brasil pedir apoio para sua candidatura à diretoria do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Nós falamos ontem pelo telefone, ele me ligou pedindo nosso apoio e ele virá aqui na próxima semana", afirmou Mantega.
Segundo Mantega, é importante o lançamento de mais de uma candidatura para a direção do FMI, pois assim possibilita uma discussão aberta. "É bom que tenha mais de um candidato, porque assim haverá uma verdadeira disputa. Não será algo tranquilo e decidido entre quatro paredes, mas algo que seja discutido abertamente", afirmou.
De acordo com Mantega, o candidato que o Brasil irá apoiar deverá estar comprometido com uma participação mais ativa dos países emergentes nas decisões do Fundo. "O importante para nós, mais do que nomes, são os compromissos que eles vão assumir."
Paris - A ministra das Finanças francesa, Christine Lagarde, anunciou oficialmente ontem a sua candidatura ao cargo de diretora-gerente do FMI, confirmando rumores que circulavam desde a renúncia do também francês Dominique Strauss-Kahn, envolvido em um escândalo sexual.
Lagarde disse, porém, que não é uma representante dos europeus e que sua candidatura, cujo apoio vai "muito além das fronteiras europeias, tem o objetivo de "obter o mais amplo consenso.
François Baroin, porta-voz do governo francês, afirmou que a China endossa o nome de Lagarde. O governo chinês, porém, ainda não fez nenhuma declaração de apoio. A ministra negou que haja acordo tácito entre os EUA e a União Europeia assegurando para os europeus o comando do FMI e para os norte-americanos a chefia do Banco Mundial. "As candidaturas são transparentes.
A possível manutenção da chefia do FMI nas mãos de um europeu vem sendo alvo de críticas e de restrições entre elas, a do Itamaraty.
Embora o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, tenha dito ver com bons olhos a escolha de Lagarde, o porta-voz da Chancelaria brasileira, Tovar Nunes, declarou ontem que está na hora de "transcender o autoritarismo de ter sempre um europeu na direção do Fundo.
"A escolha não deve se pautar pelo princípio da Apelação de Origem Controlada [selo de qualidade de produtos franceses]. É bom para os vinhos, não para a governança global, afirmou Nunes.
Ao longo das próximas semanas, a ministra iniciará uma série de viagens internacionais para amealhar o apoio dos países membros da instituição e tentar seduzir os mais céticos, especialmente entre os emergentes.
Lagarde elogiou o trabalho de Strauss-Kahn e prometeu que, se assumir a chefia do fundo, vai levar em consideração o maior peso dos países em desenvolvimento.
Perfil
Parisiense de 55 anos, Christine Lagarde é advogada e dirigiu o escritório norte-americano Baker & McKenzie especializado em direito do trabalho, fusões e aquisições antes de entrar no governo.
Em 2005, com Jacques Chirac na Presidência, ela assumiu a pasta do Comércio. Em 2007, ao tomar posse, Nicolas Sarkozy a nomeou para o Ministério das Finanças.
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