Abidjã - As forças do líder da oposição da Costa do Marfim, Alassane Ouat­­tara, entraram ontem em Abidjã, a maior cidade do país africano, e travaram violentos combates contra os soldados do presidente Laurent Gbagbo.

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Moradores de Abidjã relataram confrontos em bairros do sul e nas proximidades da emissora estatal, enquanto tropas de Gbag­­bo se colocavam em torno do palácio presidencial. Havia relatos de saques por toda a cidade.

A França – país do qual os mar­­finenses se tornaram independentes em 1960 – deslocou soldados para proteger moradores estrangeiros, e fontes da ONU disseram que as Nações Unidas assumiram o controle do aeroporto.

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Ouattara decretou toque de recolher em Abidjã e fechamento das fronteiras do país, além de exortar as forças leais a Gbagbo a abandoná-lo. Um porta-voz da oposição, Patrick Achi, afirmou que a queda é "questão de horas’’ e deu um ultimato ao presidente para que se renda.

Calcula-se que desde quarta-feira os oposicionistas tenham tomado 80% do território marfinense, incluindo a capital, Ya­­mous­­soukro, e o porto de San Pe­­dro – usado para o escoamento de cacau, que é o principal item da pauta de exportações do país.

O governo da África do Sul divulgou a informação de que o general Philippe Mangou, um dos principais chefes do Exército de Gbagbo, abandonou o posto.

Aliados do atual presidente, porém, negam que ele tenha a intenção de se render. "Gbagbo vai permanecer no poder e liderar a resistência contra esse ataque à Costa do Marfim’’, afirmou Tous­­saint Alain, diplomata encarregado das relações marfinenses com a União Europeia. O ataque da opo­­sição acontece depois de quatro meses de impasse político. Em novembro de 2010, Ouattara venceu as eleições presidenciais, reconhecidas pela ONU, mas Gbagbo se recusou a sair do cargo.

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