O fornecimento de gás natural para o Brasil pela empresa Transierra deve ser restabelecido ainda nesta quinta-feira, noticiou o site da colunista Míriam Leitão. Durante a madrugada, um novo incidente em um gasoduto boliviano havia provocado a redução para pelo menos metade do volume normal no envio do produto ao Brasil , informou o consórcio operador do sistema de transporte do gás, que inclui a Petrobras. A companhia detectou o problema que impedia a liberação de 14 milhões de metros cúbicos de gás.
Entretanto, acrescenta Míriam Leitão, os 3 milhões de metros cúbicos diários, cujo envio foi interrompido na quarta-feira, ainda continuarão em falta.
O Transierra, consórcio do qual participa a Petrobras, afirmou em um comunicado que "durante a noite/madrugada uma válvula de segurança (...) foi manipulada, gerando a interrupção total do serviço pelo (gasoduto) GASYRG".
O governo boliviano confirmou nesta quinta-feira que quatro pessoas morreram em um enfrentamento armado próximo da cidade de Cobija, na região amazônica do país, segundo as primeiras informações. De acordo com o vice-ministro do Interior, Rubén Gamarra, uma das vítimas seria um engenheiro da prefeitura de Pando.
De acordo com a agência Reuters, o governo brasileiro recebeu no início da tarde desta quinta-feira a informação de que o problema que causou a redução de 50% no envio de gás para o Brasil se deveu à falha técnica em uma válvula do gasoduto e não a um atentado da oposição ao governo de Evo Morales, disseram fontes do governo sob anonimato.
- Foi um alívio, não foi atentado, foi defeito e de tarde deve estar resolvido - disse uma das fontes.
Um plano de contingência está sendo montado para suprir o corte de 3 milhões de metros cúbicos de gás boliviano decorrente do incidente de quarta-feira.
Mais cedo, um assessor do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou à Reuters que uma reunião ao longo do dia daria as coordenadas do plano de contingência para enfrentar a redução do fornecimento.
O Brasil recebe diariamente cerca de 31 milhões de metros cúbicos de gás natural da Bolívia, metade do consumo do mercado brasileiro. O corte de 50% do abastecimento levaria a um plano de contingência mais complexo do que o existente, elaborado em 2004 pela Petrobras.
Pelo plano atual, a estatal poderá deixar de usar gás natural nas suas refinarias; na reinjeção de gás nos poços de produção para aumentar a rentabilidade; assim como tirar de operação as suas usinas térmicas a gás, mantendo as de óleo combustível ou diesel.
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