Na Espanha é a geração "ni-ni". Na Grécia, os "mileuristas" nem isso recebem: são chamados de "a geração dos 700 euros". Na França, esse grupo de jovens sem trabalho se autodenomina "babylosers" (em português, "bebês perdedores"), uma referência irônica aos "babyboomers", as crianças nascidas nos anos dourados do capitalismo pós-Segunda Guerra. São os representantes mais evidentes dos tempos econômicos sombrios no velho continente.
"Com dificuldade para se inserir no mercado de trabalho, os estudantes e jovens profissionais alongaram seus estudos, multiplicaram os estágios e os contratos de trabalho temporários e precários", analisa Alexandrine Brami, diretora do Instituto de Estudos Franceses e Europeus de São Paulo.
De acordo com ela, muitos tem "fugido" para o exterior. Procuram, além de trabalho, uma "real valorização" de suas qualificações. "Cada vez mais jovens franceses, com pós-graduação, experiências internacionais e domínios de várias línguas tentam sua chance no Brasil", afirma. "A expatriação, para muitos jovens, é a solução ao desemprego na Europa."
A atual agudização da turbulência europeia é um reflexo da crise de 2007. Socorridos por organismos financeiros internacionais, muitos países (como Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha) se viram completamente endividados e sem força econômica para se reerguerem. A conta sobrou para os trabalhadores.
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