O nacionalista Ollanta Humala, candidato derrotado nas eleições presidenciais do Peru, disse na quarta-feira que não confia no presidente eleito Alan García e afirmou que seu partido vai liderar a oposição no país.
Humala, militar aposentado que adota um discurso radical contra o livre mercado, perdeu para García no segundo turno, mas seu partido se transformou na maior força do Congresso, com 45 das 120 cadeiras.
- Para ser franco, não tenho confiança no senhor Alan García. Foi o pior governo que já tivemos - disse Humala numa entrevista para a imprensa estrangeira, referindo-se à primeira gestão de García, entre 1985 e 1990, que terminou com uma grave crise econômica.
- Obviamente nós vamos formar o principal bloco da oposição, não para brigar com o senhor Alan García, mas para defender os interesses do Peru e fiscalizar o governo (...). Se isso ocorrerá no Congresso ou nas ruas é a realidade política que vai determinar - acrescentou.
O líder nacionalista, que recebeu o apoio do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante a campanha, disse que sua União pelo Peru se mobilizará contra a assinatura do tratado de livre comércio entre o Peru e os Estados Unidos.
O governo do presidente Alejandro Toledo entregou na terça-feira ao Congresso peruano o projeto do pacto comercial com os Estados Unidos, pedindo sua ratificação, mas há críticas ao tratado, pois teme-se que ele afete os produtores agrícolas.
Humala também afirmou que seu partido promoverá no Congresso a nacionalização dos recursos naturais e a revisão dos contratos com empresas estrangeiras.
Durante a campanha eleitoral, o líder nacionalista prometeu revisar os contratos com as empresas estrangeiras que exploram os recursos naturais do país, como o gás natural de Camisea, controlado por dois grupos liderados pelas argentinas Pluspetrol e Techint.
Humala também prometia criar um imposto sobre os lucros das mineradoras, entre as quais estão a norte-americana Newmont Mining, a canadense Barrick Gold e a anglo-australiana BHP Billiton, com o objetivo de destinar os recursos aos mais pobres.
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