Apesar das avaliações de comprometimento da saúde dos trabalhadores na usina de Fukushima, há quem afirme que não é possível chegar a essa conclusão, uma vez que a tecnologia empregada na operação é de alto nível e, além disso, faltam informações precisas sobre a operação.

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Para o especialista em física nuclear e professor da Univer­sidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Sergei Paschuk, e boa a notícia de que, até a última sexta-feira, a Agência Interna­cional de Energia Atômica (Aiea) não tinha recebido nenhuma notificação, por parte das autoridades japonesas, sobre pessoas contaminadas por radiação.

"Não há confirmação de hiper-radiação ou de que algum deles tenha recebido uma dose aguda", observa. "Eu me baseio no que diz a Aiea, um órgão extremamente sério. Se ela diz que uma semana depois do acidente ainda não havia pessoas contaminadas, isso é uma notícia animadora."

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Paschuk ressalta ainda que a tecnologia empregada em operações do tipo é extremamente avançada:"Os técnicos fornecem todas as coordenadas dos locais onde foi encontrada radioatividade alta. Eles trabalham com GPS, com tudo que você possa imaginar, medindo exatamente o nível de radiação e dando as coordenadas metro por metro. Estamos no século 21, você nem imagina a precisão disso."

Outro fato destacado pelo professor da UTFPR é o controle absoluto dos procedimentos. "Quando um técnico encontra algum nível alto de radiação, ou ele evita a área e procura outro caminho para chegar àquele local ou simplesmente desiste e volta para trás, avisando os colegas."

Segundo ele, é possível calcular a probabilidade de um trabalhador de Fukushima adoecer, mas desde que se saiba exatamente as doses e o tempo de exposição de cada um à radiação. "As consequências podem ser muito graves, isso não é segredo nenhum. Mas não é meu papel fazer alarde. Tem que respeitar as pessoas que trabalham lá."

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