O repórter Andrei Netto, correspondente do jornal "O Estado de São Paulo", deixou a Líbia na manhã desta sexta-feira (11) e segue rumo a Paris, onde mora, segundo o jornal. Netto esteve preso por oito dias, após ter sido capturado por tropas leais ao ditador Kadhafi. Segundo o jornal, o repórter deve chegar a Paris ainda nesta sexta e não há qualquer previsão de quando ele virá ao Brasil.
Nesta quinta (10), o editor de Internacional do Estadão, Roberto Lameirinhas, havia informado que o repórter não estava com a documentação exigida para trabalhar em território líbio e que, por isso, seria deportado.
Após ser libertado, o jornalista ficou abrigado na casa do embaixador brasileiro em Trípoli, George Ney Fernandes. O repórter estava na Líbia desde o dia 19 de fevereiro e foi preso no dia 2 de março.
Segundo as informações preliminares passadas pelo Estadão em uma coletiva em São Paulo nesta quinta-feira (10), o jornalista "foi preso quando tentava legalizar sua situação de entrada no país". Netto, um dos enviados especiais para a cobertura dos conflitos no país árabe, entrou pela fronteira da Líbia com a Tunísia.
"A condição para a minha libertação era que eu fosse expulso do país. O que me deixaram muito claro é que eu estava saindo graças à ação da embaixada brasileira em Trípoli. Ou seja, do embaixador George Ney Fernandes e do Itamaraty. E graças, em especial, à relação entre os dois países, Líbia e Brasil. O Ghaith Abdul-Ahad, que é o jornalista do Guardian e esteve comigo durante esse tempo todo, continua preso. Eu cheguei a um local protocolar, consular em Trípoli e eles me informaram, então, que o Ghaith Abdul-Ahad continua preso e a priori não existe deadline para a prisão dele", disse Netto em entrevista à Rádio Eldorado.
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