O líder do Movimento Islâmico em Israel, xeque Raed Salah, pediu nesta sexta-feira, na cidade de Nazaré, que milhares de manifestantes muçulmanos se desloquem no sábado até Jerusalém para protestar contra as polêmicas obras junto à Mesquita de Al-Aqsa. Nesta sexta-feira, sagrada para os muçulmanos, foram registrados duros confrontos na Esplanada das Mesquitas entre as forças de segurança israelenses e manifestantes palestinos.

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Num grande ato de protesto que reuniu cerca de dez mil pessoas em Nazaré, no norte de Israel, Salah se dirigiu ao primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, a quem disse:

- Estás brincando com fogo, e todo mundo que brinca com fogo acaba se queimando.

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Em seguida, acrescentou:

- Sua construção acabará danificando a Mesquita de Al- Aqsa, e destruiremos a casa de quem destruir al-Aqsa.

Os manifestantes reunidos em Nazaré, onde vive uma população majoritariamente árabe-israelense e de confissão muçulmana e cristã, gritaram palavras de ordem apelando ao mundo árabe e islâmico que responda ao "assalto dos judeus à mesquita". Houve protestos contra as obras perto da Mesquita de Al-Aqsa também em Gaza, na Jordânia e no Paquistão.

Nos distúrbios em Jerusalém, nos quais as forças israelenses empregaram balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, 15 policiais israelenses e 19 manifestantes muçulmanos ficaram feridos.

Os protestos são uma reação às polêmicas obras iniciadas esta semana pelas autoridades israelenses para reconstruir uma rampa de acesso ao Portão Mugrabi, por onde se chega à Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar mais importante do Islã e onde ficam os santuários de Al-Aqsa e Omar.

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Diferentes líderes islâmicos acham que, com as obras, Israel pretende, de forma velada, destruir as mesquitas ou comprometer um de seus principais acessos.

Na quinta-feira, líderes dos dois principais grupos palestinos, Fatah e Hamas, firmaram um acordo para a formação de um governo de unidade nacional. Israel afirmou que a nova colizão não atende às condições necessárias para o fim das sanções impostas pelo Ocidente contra o governo do Hamas.