Os três presidentes de países da África ocidental encarregados de encerrar a crise política na Costa do Marfim descartaram qualquer intervenção militar, a curto prazo, para afastar o presidente Laurent Gbagbo, derrotado nas eleições e que se recusa a deixar o cargo. nesta quarta-feira, as negociações prosseguiam e Gbagbo teria acenado que poderá deixar o posto se receber garantias de que poderá partir para um exílio tranquilo. Os negociadores vão retornar a Abidjã na semana que vem.
Os líderes de Benin, Cabo Verde e Serra Leoa viajaram ontem para a Costa do Marfim para dizer a Laurent Gbagbo que ele deve ceder o cargo de presidente a seu rival Alassane Ouattara, caso contrário o país seria alvo de uma intervenção militar.
Nesta quarta, os líderes viajaram para Abuja (Nigéria), onde se reuniram com o presidente nigeriano Goodluck Jonathan, presidente da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Ecowas, na sigla em inglês), para relatar a ele os acontecimentos da missão e discutir o próximo passo do bloco.
"A missão dos chefes de Estado vai retornar à Costa do Marfim na próxima semana para manter os contatos e tentar concluir o processo de mediação", informou o escritório do presidente cabo-verdiano Pedro Pires, em comunicado enviado à agência France Presse.
O documento diz que as "partes marfinenses" pediram a ele "tempo para refletir com o objetivo de encontrar uma forma viável de concluir o processo eleitoral, que é a única maneira de promover a paz e a estabilidade no país do oeste da África".
Diálogo
Um assessor próximo a Ouattara disse, sob condição de anonimato, que Gbagbo ordenou uma nova recontagem dos votos e que estaria disposto a deixar a Costa do Marfim caso receba garantias de que poderá partir para um exílio tranquilo.
A afirmação do escritório de Pires difere da declaração feita pelo porta-voz de Ouattara após o as negociações. Patrick Achi afirmou que Ouattara disse aos enviados que seu status de chefe de Estado "não é negociável" e pediu a eles que "retornem o mais rápido possível".
O presidente nigeriano Goodluck recomendou hoje que o impasse seja resolvido por meio do diálogo. Tanto Gbagbo quanto Ouattara afirmam ter vencido o segundo turno da eleição presidencial, realizado em 28 de novembro. Mas apenas Ouattara é reconhecido pela comunidade internacional, incluindo a Ecowas e a Organização das Nações Unidas (ONU).
As forças leais a Gbagbo continuam a dominar o sul do país, que abriga a maior indústria de exportação de cacau do mundo, e a capital comercial Abidjã, enquanto o governo paralelo de Ouattara está sitiado no interior de um hotel.
União Europeia
A União Europeia (UE) alertou que apenas aceitará embaixadores da Costa do Marfim nomeados por Ouattara, e não por Gbagbo, que se recusa a deixar a presidência, disseram funcionários do governo francês em Paris. A Costa do Marfim foi colônia francesa até 1960, quando conquistou a independência. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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