Pela primeira vez depois do início da manifestação popular reprimida pelo regime de Bachar Al Assad, a Liga Árabe apelou neste domingo (7) às autoridades sírias para que cessem imediatamente com a violência.
O secretário-geral da Liga, Nabil Al Arabi, "apela às autoridades sírias para colocarem imediatamente fim a todos os atos de violência contra os civis", segundo comunicado oficial citado pela AFP, agência de notícias da França.
O apelo é feito no dia em que duas organizações sírias de direitos humanos revelam que as forças governamentais mataram pelo menos 52 pessoas em Deir el-Zour e Houleh.
No comunicado oficial, o secretário-geral da Liga Árabe destaca a "crescente preocupação" após a "deterioração da segurança na Síria, devido à intensificação da violência e das operações militares em diversas regiões da Síria."
Depois do início dos confrontos, em março, Nabil Al Arabi reuniu-se com Bachar Al Assad em julho, tendo declarado à imprensa que "ninguém tem o direito de retirar a legitimidade a um dirigente, pois é o povo que decide".
Neste domingo (7), Al Arabi voltou a explicar que a Liga Árabe recusa ingerências estrangeiras nos assuntos internos dos países árabes.
O secretário-geral da Liga Árabe considerou que "ainda é possível realizar as reformas anunciadas pelo presidente Bachar Al Assad para responder às ambições do povo sírio e às suas reivindicações legítimas de liberdade, de mudança e de realização de reformas políticas".
Assim, apelou "ao governo e às forças nacionais sírias a fazerem o que for preciso para preparar o terreno para o início sério de um diálogo nacional global", acrescentando que a Liga Árabe está disponível para ajudar.
O diálogo é "a única solução que garante a passagem pacífica a um período de estabilidade, que permita a aplicação de um programa de reformas políticas, num clima estável, e que dê aos sírios a liberdade de expressão das suas escolhas e das suas ambições", afirmou.
Nabil Al Arabi apelou ainda ao governo sírio para formar "uma equipe judiciária imparcial para investigar os atos de violência e as violações dos direitos humanos na Síria", como forma de evitar "o caos" no país.