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Mulheres e crianças que fugiram do conflito na Síria transportam água em acampamento improvisado próximo da fronteira da Turquia | Mustafa Ozer/AFP
Mulheres e crianças que fugiram do conflito na Síria transportam água em acampamento improvisado próximo da fronteira da Turquia| Foto: Mustafa Ozer/AFP

Bravura do povo sírio explica o significado das revoltas no mundo árabe

Thomas L. Friedman, colunista do jornal The New York Times

A Síria realmente não sabe o que a atingiu – como o maior estado policial da região pôde perder o controle de sua população, armada somente com câmeras de celulares e acesso ao Facebook e ao YouTube.

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Americano diz ser autor de fraude em blog de "garota gay"

Um norte-americano que vive na Escócia afirmou que é o autor do blog "Garota gay em Da­­mas­­co". Há alguns dias, a aparição do caso foi alvo de preocupação internacional e noticiado pelo mundo. Tom MacMaster, de 40 anos, é casado e cursa mestrado na Universidade de Edimburgo. No domingo, ele pediu desculpas e confessou que é "Amina Abdallah Arraf", a fictícia lésbica síria.

A personagem ganhou fama em meio ao movimento oposicionista contra o presidente Ba­­shar Assad, falando sobre seus pensamentos e assumindo-se co­­mo homossexual em um país conservador.

Na terça-feira, alguém alegando ser seu primo escreveu no site, dizendo que Arraf havia sido detida por três homens armados e levada em um carro onde havia um adesivo a favor do governo em uma janela. A notícia gerou um alarme virtual entre seus seguidores. Ativistas chegaram a criar um grupo chamado "Li­­ber­­tem Amina Abdallah" no site Fa­­cebook, atraindo quase 15 mil seguidores.

No domingo, MacMaster es­­clareceu o caso. Ele disse que ti­­nha feito tudo sozinho. "Eu nunca esperava esse nível de atenção", escreveu MacMaster, de Is­­tambul, onde ele e sua mulher estariam passando o feriado. (AE)

Ancara - A violência dos últimos meses na Síria fez mais de 10 mil sírios fugirem da violência no país em busca de refúgio na Turquia e no Líbano, afirmou ontem a encarregada das operações humanitárias da ONU, Valerie Amos.

A repressão brutal do ditador Bashar Assad às manifestações civis teria matado 1.200 pessoas.

"Faço um apelo ao governo [sí­­rio] para que respeite e proteja os civis e se abstenha de empregar a força contra manifestantes pacíficos", disse ela em uma declaração.

Segundo Amos, cerca de 5 mil sírios se refugiaram na Turquia e 5 mil, no Líbano. A Turquia já teria instalado quatro campos de refugiados na fronteira.

"É importante que saibamos exatamente o que está acontecendo na Síria para que possamos fornecer o auxílio necessário. Es­­pero que o governo autorize uma avaliação independente", disse.

Os protestos começaram na Síria em meados de março, depois da prisão de um grupo de adolescentes que escreveram frases contra o governo em um muro na ci­­dade portuária de Latakia, no sul do país.

Em razão do receio que as forças de segurança endurecessem a repressão à população em resposta à morte de 120 policiais e agentes de segurança em Jisr al-Shughur, cresceu a pressão diplomática sobre o governo sírio.

O regime acusa "grupos armados" da emboscada após manifestações na cidade, em 6 de junho – a invasão militar seria uma forma de retaliação pelas mortes.

Borbardeio

No domingo, forças de elite apoiadas por helicópteros e tanques invadiram a cidade de Jisr al-Shughour, norte do país, que du­­rante uma semana esteve fora do controle do governo. As tropas li­­de­­radas pelo irmão do presidente Bashar Assad retomaram o contro­­le da cidade após bombardeá-la.

O primeiro-ministro da Tur­­quia acusou o regime de Assad de "selvageria", mas também disse que entraria em contato com o líder sírio para ajudar a resolver a crise. Turquia e Síria quase entraram em guerra, mas os dois países têm tido relações calorosas nos últimos anos, levantando exigências para vistos de viagem para cidadãos do país vizinho e promovendo os negócios entre empresários turcos e sírios.

Governos árabes têm permanecido silenciosos sobre a repressão na Síria, temendo que a alternativa a Assad seja o caos. O país abriga uma mistura sectária com alto potencial explosivo e é visto como uma potência regional com influência em acontecimentos nos vizinhos Israel, Líbano e Iraque.

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