As tropas do ditador da Síria, Bashar Assad, invadiram ontem, com o apoio de tanques e helicópteros, Jisr al Shugur no norte do país, próxima à fronteira com a Turquia e assumiram o controle da cidade rebelde.
Não há informações sobre mortes. Estima-se que a invasão tenha provocado, só ontem, o êxodo de mais 5 mil sírios para o país vizinho; segundo testemunhas, 10 mil sírios estão refugiados no lado turco da fronteira. A cidade tem 50 mil habitantes.
A censura imposta pela Síria à imprensa impede a verificação independente de informações, mas ativistas afirmaram que pelo menos 1,3 mil pessoas já foram mortas no país desde março, quando começou a onda de revoltas contra Assad, cuja família está no poder desde 1971.
A tevê estatal síria afirmou que a operação em Jisr al Shugur visava prender "terroristas e apreender suas armas. De acordo com o relato oficial, apenas dois integrantes das organizações oposicionistas foram mortos.
O regime sírio acusa "grupos armados de ter matado mais de 120 membros das forças de segurança do país após manifestações na cidade, em 6 de junho a invasão militar seria uma forma de retaliação pelas mortes.
Corpos de integrantes das forças de segurança foram descobertos em uma vala comum, segundo o governo. "Uma vala comum foi descoberta em Jisr al Shughour com os corpos de agentes do quartel-general da segurança local", afirmou a tevê local. "Os grupos armados mutilaram os corpos, que já foram retirados da vala comum", acrescentou a emissora.
No entanto, ativistas pró-democracia e grupos humanitários afirmam que os soldados foram mortos pelos próprios militares ao se recusarem a atirar contra manifestantes desarmados.
Reação mundial
Os Estados Unidos acusaram as autoridades sírias de criar uma "crise humanitária ao reprimir os protestos com violência e impedir o acesso de ajuda humanitária a refugiados.
Em comunicado, a Casa Branca pediu que o governo sírio interrompa a violência. A União Europeia também exigiu o fim da repressão e a libertação de presos políticos.
No Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, as negociações para aprovar resolução condenando o regime de Assad não avançaram, uma vez que Rússia e China que têm poder de veto não concordam com pontos do texto, assim como o Brasil, um dos 15 membros rotativos do CS.