Francisco deixa a Penitenciária de Palmasola: pontífice se apresentou como “homem que foi e é salvo de seus muitos pecados”.| Foto: Alessandro Bianchi / Reuters

O papa Francisco visitou ontem a Penitenciária de Palmasola, na Bolívia, que tem capacidade para 600 presos, mas que abriga cerca de 5 mil pessoas, e disse que prisão não é sinônimo de exclusão, destacando a importância do processo de reinserção dos detentos.

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Após visita do papa a La Paz, Chile propõe diálogo com vizinhos

O ministro das Relações Exteriores do Chile, Heraldo Muñoz, disse ontem que seu país está disposto a restabelecer relações diplomáticas com a Bolívia, apesar da pretensão dos bolivianos de reaveram saída para o mar.

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“Não podia deixar a Bolívia sem vir aqui. Prisão não é o mesmo que exclusão”, afirmou o pontífice no início de seu discurso na penitenciária, que abriga os presos mais perigosos do país. Francisco se apresentou como “homem que foi e é salvo de seus muitos pecados”.

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No quadra do Pavilhão PC-4, de regime semiaberto, que abriga cerca de 3,8 mil detentos, sendo 54 brasileiros, ele disse que a reclusão faz parte de um processo de reinserção na sociedade, mas destacou que sabe que são muitos os aspectos que levam alguém a esse lugar.

Vaticano e governo boliviano minimizam “crucifixo comunista”

A Bolívia e o Vaticano reafirmaram ontem que a entrega de um “crucifixo” em que Cristo aparece crucificado em uma foice e um martelo, símbolo do comunismo, pelo presidente Evo Morales ao papa Francisco, na quarta-feira, não foi uma ofensa.

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No encontro, o responsável nacional pela Pastoral Carcerária e organizador da visita do papa, o padre brasileiro Leonardo da Silva, que mora há 10 anos na Bolívia, disse se sentir “mais seguro dentro da prisão do que fora, na sociedade”. Já o bispo Jesús Juárez denunciou os atrasos da Justiça e que 84% das pessoas privadas de liberdade não têm uma sentença definitiva fixada, assim como condenou a “aglomeração que nega a dignidade humana”.

Francisco pediu “uma rápida e eficaz aliança interinstitucional para encontrar respostas, mas, enquanto se luta por isso, não se pode dar tudo por perdido”.

Pontífice chega ao Paraguai para última etapa da viagem

O papa Francisco chegou ontem ao Paraguai, país com a maior porcentagem de católicos do continente, para sua última parada na viagem pela América do Sul.

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O pontífice recebeu o livro “Vozes em liberdade”, escrito por detentos de todo o país, fruto do trabalho do padre Leonardo. O material traz orações, exemplos de reinserção, experiências de pessoas sentenciadas injustamente e relatórios sobre as condições das prisões.

Francisco escutou com atenção o depoimento de alguns presos e destacou a importância da presença das famílias. “Como a dor não é capaz de apagar a esperança no mais profundo do coração, a vida segue brotando com força em circunstâncias adversas”, afirmou.

Fim da trégua

Centenas de manifestantes encerraram uma trégua respeitada durante a visita do papa Francisco ao Equador e voltaram às ruas em protestos contra o aumento de impostos e o governo do presidente Rafael Correa. Milhares de equatorianos participaram de protestos no mês passado.

O papa falou de São Pedro e São Paulo, “discípulos de Jesus que também foram presos” e incentivou a oração, que ajuda a “não cair no desespero e na escuridão”. “Quando se sentirem tristes, mal, abatidos, olhem para o rosto de Jesus crucificado, porque em Seu olhar todos podemos encontrar espaço. Todos podemos colocar junto a Ele nossas feridas, nossas dores e nossos pecados”, aconselhou o pontífice.

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Depois do compromisso, Francisco se reuniu com os bispos da Bolívia e seguiu para Assunção, capital do Paraguai, na última etapa de sua viagem pela América do Sul.