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Eleições nos EUA

Obama acusa McCain de não entender de economia; republicano aposta na vitória

"Estamos a um dia de mudar os Estados Unidos", destacou em Jacksonville, o confiante Obama: "Vale a pena lutar pelos Estados Unidos, nada é inevitável. Vamos ganhar esta eleição", vibra o republicano McCain em Tampa | Jason Reed / Brian Snyder / Reuters
"Estamos a um dia de mudar os Estados Unidos", destacou em Jacksonville, o confiante Obama: "Vale a pena lutar pelos Estados Unidos, nada é inevitável. Vamos ganhar esta eleição", vibra o republicano McCain em Tampa (Foto: Jason Reed / Brian Snyder / Reuters)

Os candidatos à presidência dos EUA fizeram um "sprint" final em suas campanhas, na véspera da votação que vai eleger o próximo ocupante da Casa Branca.

O democrata Barack Obama, à frente nas pesquisas intensificou os ataques ao republicano John McCain na área econômica, dizendo que o rival "simplesmente não entende" o assunto. Já o republicano, que tenta uma reação de última hora, pediu que seus partidários "não percam a esperança".

"Estamos a um dia de mudar os Estados Unidos", disse Obama no memorial de veteranos da guerra em Jacksonville, Flórida, onde, no mesmo dia da quebra do quarto maior banco de investimentos americano, McCain havia afirmado que "os fundamentos da economia eram sólidos".

"John McCain simplesmente não entende. Vocês se lembram o que ele disse quando esteve aqui em Jacksonville no dia 15 de setembro?", perguntou Obama.

A platéia vaiou McCain, mas o senador democrata de 47 anos continuou: "vocês não precisam vaiar. Só precisam votar". Obama havia dito o mesmo no dia anterior, quando uma platéia vaiou o presidente George W. Bush.

"Naquele dia (quando o banco Lehman Brothers anunciou sua falência), mais de 5 mil empregos foram perdidos. Mais de 7 mil casas foram tomadas. Um dia antes, o ex-diretor do Federal Reserve Alan Greenspan afirmou que estávamos no meio de uma crise que se vê 'uma vez por século'".

As palavras de McCain mostraram que ele está "fundamentalmente equivocado" e resumiram sua "filosofia econômica fora da realidade", afirmou Obama, reiterando que o plano econômico do republicano manterá por mais quatro anos o impopular governo de George W. Bush.

Nos últimos dias de campanha, Obama vem tentando ligar McCain à administração Bush - e o republicano rebate dizendo que discordou do atual governo quando achou necessário.

"É uma filosofia que acabará quando eu for presidente dos Estados Unidos", acrescentou Obama - em quem, segundo as últimas pesquisas, é o candidato no qual os americanos mais confiam para conduzir os Estados Unidos em meio à grave crise financeira.

McCain Já McCain pediu a seus partidários que lutem até o fim. "Sou americano e escolho lutar. Não percam a esperança, sejam fortes, tenham coragem e lutem", falou McCain ante 500 pessoas reunidas em Tampa, Flórida.

"Vale a pena lutar pelos Estados Unidos, nada é inevitável. Vamos ganhar esta eleição", afirmou o senador pelo Arizona de 72 anos.

"Estamos a um dia de levar os Estados Unidos numa nova direção. Os especialistas não devem saber e os democratas talvez não saibam, mas 'Mac is back', e vamos ganhar esta eleição", insistiu.

McCain dormiu apenas algumas horas no domingo, já que seu último ato em Miami terminou após a meia-noite e às 6h ele já estava viajando para Tampa, cidade com elevado índice de indecisos.

Desde 1924, nenhum candidato republicano ganhou a Casa Branca sem vencer no colégio eleitoral da Flórida, que no pleito de 2000 garantiu a vitória a George W. Bush contra o democrata Al Gore por apenas 537 votos.

As diferenças na Flórida entre o senador pelo Arizona e o candidato democrata Barack Obama são de apenas três a seis pontos percentuais, segundo as últimas enquetes.

Enquanto a candidata republicana à Vice-Presidência, Sarah Palin, discursou durante o fim de semana em vários atos na Flórida, McCain esteve no domingo em um comício em Miami, no qual predominaram os cubano-americanos.

Um ato que sintetizou o sentimento dos partidários de McCain em uma frase exibida nas camisetas de muitos dos presentes: "McCubans for McCain".

O voto hispânico, que representa 12% do total do estado, pode ser decisivo para que a balança se incline por um partido ou outro.

McCain esteve acompanhado por diferentes artistas latinos em seu comício de Miami, como a cubano-americana Albita, em uma festa que começou quatro horas antes da aparição do senador republicano.

Em Tampa, McCain disse a seus seguidores que seu principal objetivo é "criar mais riqueza" e "proteger a aposentadoria do povo", sem castigá-lo com impostos.

Ele atacou Obama ao dizer que "castigará os que têm sucesso" e qualificou seu adversário de "comandante-em-chefe da redistribuição" da riqueza.

Além disso, afirmou que seu governo "cuidará dos trabalhadores", começará "prospecções petrolíferas" e, ao mesmo tempo, investirá em "energia alternativa".

Pesquisas

O candidato democrata à Presidência norte-americana, Barack Obama, continua liderando as pesquisas de intenção de voto a um dia do pleito que elegerá o sucessor de George W. Bush na Casa Branca. Obama está à frente tanto nas pesquisas nacionais como nas sondagens por estado.

De acordo com a pesquisa diária divulgada da Reuters/Zogby, Obama lidera em seis de oito estados-chave, incluindo Flórida e Ohio.

Segundo a sondagem, o democrata aparece sete pontos percentuais à frente do rival republicano, John McCain, o que representa o salto de um ponto em relação a domingo. A margem de erro é de 2,9 pontos.

Nas eleições de terça, Obama está em uma posição confortável. Já McCain luta para ultrapassar o adversário e enfrenta o desafio de conquistar o voto ganho em uma dúzia de estados pelo presidente George W. Bush em 2004.

As novas pesquisas estaduais mostraram Obama com 1 ponto percentual à frente no Missouri e 2 pontos na Flórida, com a margem de erro em 4,1 pontos percentuais. O democrata também lidera em Estados como Ohio, Virgínia e Nevada - todos Estados vencidos por Bush em 2004.

Esses cinco estados em que Obama está à frente respondem por 76 votos no colégio eleitoral. Se somados aos estados conquistados pelo democrata John Kerry na eleição de 2004, eles dariam a Obama 328 votos no colégio eleitoral, bem mais do que os 270 necessários para chegar à Casa Branca.

Obama também tem 11 pontos percentuais de vantagem na Pensilvânia, onde McCain teria a maior chance de vencer em um estado conquistado pelo candidato democrata há quatro anos.

McCain está à frente do rival por 5 pontos em Indiana e por 1 ponto na Carolina do Norte, dois estados em que Bush venceu em 2004.

"A liderança de Obama é bastante firme. Ele pode esperar um grande dia nesta terça-feira", disse o especialista em pesquisas John Zogby. "Esses são todos estados republicanos, exceto pela Pensilvânia, e isso não parece que vai mudar."

Na pesquisa nacional, Obama tem 15 pontos de vantagem sobre os independentes e 13 pontos entre as mulheres, dois blocos cruciais de eleitores na eleição de terça-feira.

McCain lidera Obama por 13 pontos, mas está apenas atraindo 25% dos hispânicos. Em 2004, Bush ficou com mais de 40% do apoio desse grupo.

O independente Ralph Nader e o libertário Bob Barr ficaram com 1% cada, e 2% dos entrevistados declarou-se indeciso.

A pesquisa nacional foi realizada entre quinta-feira e sábado com 1.205 prováveis eleitores.

As pesquisas estaduais também foram realizadas entre quinta-feira e sábado com as amostras variando entre 600 e 605 prováveis eleitores. A margem de erro em todos os oito estados é de 4,1 pontos percentuais.

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