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Eleições nos EUA

Obama reforça ataques a Bush; McCain questiona experiência do democrata

Tática de McCain é questionar o caráter e experiência do candidato democrata; Obama liga o republicano ao presidente Bush, alegando ser uma cópia | Carlos Barria / Jim Young / Reuters
Tática de McCain é questionar o caráter e experiência do candidato democrata; Obama liga o republicano ao presidente Bush, alegando ser uma cópia (Foto: Carlos Barria / Jim Young / Reuters)

O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, John McCain, desmentiu nesta terça-feira (21) a idéia de que ele não possa vencer as eleições se a crise econômica permanecer a principal preocupação do eleitorado. Enquanto isso, o candidato democrata, Barack Obama, fez campanha no Estado da Flórida e tentou capitalizar mais votos com a crise, ampliando os ataques à atual administração republicana. Obama terá nesta terça mais tarde, na Flórida, reunião com governadores democratas sobre a crise.

A ansiedade com a crise financeira americana está consumindo os eleitores na etapa final da campanha. Os eleitores assistem à perda de empregos, às execuções de hipotecas não pagas e ao derretimento do dinheiro poupado para as aposentadorias no mercado financeiro. As pesquisas de opinião mostram que o eleitorado vê Obama como mais confiável para controlar a crise financeira.

Obama divulgou seu plano para a economia na Flórida e espera fortalecer a liderança em um estado que é visto como crítico para conquistar a Casa Branca. Ele deixará a campanha por dois dias no final desta semana, quinta e sexta-feira, para visitar sua avó, que está seriamente doente no Havaí.

McCain foi na manhã desta terça a um programa da emissora CBS e mostrou indignação quando questionado sobre o comentário de um conselheiro de campanha, de que a economia é um tema no qual os republicanos já foram derrotados. O candidato republicano disse que os americanos precisam escutar sua mensagem e seus projetos para evitar que a economia mergulhe em uma longa e profunda recessão.

"Me escutem. Eu sou candidato e essa campanha é sobre a economia", ele disse.

A campanha de McCain tem escolhido questionar o caráter de Obama em comícios, tentando ligar o democrata ao ex-radical de esquerda William Ayers. Além disso, a tática é questionar a experiência do candidato democrata.

Na Flórida, Obama disse que a resposta de McCain à cambaleante situação da economia americana não oferece o suficiente aos americanos preocupados sobre como manterão seus empregos, suas casas e estilos de vida. Ele continuou a ligar McCain ao impopular presidente George W. Bush e acusou os dois de socorrerem apenas ao sistema financeiro, enquanto ignoram os americanos comuns.

"Enquanto o presidente Bush e o senador McCain estavam prontos a mover os céus e a terra para enfrentar a crise em Wall Street, o presidente fracassou até agora em enfrentar a crise que atinge a 'Main street' e o senador McCain se recusa a reconhecer isso", disse Obama, fazendo referência a 'Main Street', termo que os americanos usam para designar a economia real, não financeira, feita de fábricas, comércio e serviços.

A campanha de McCain respondeu que o plano de Obama de estímulo à economia, que prevê o reforço dos orçamentos dos governos estaduais e municipais, além de mais recursos para o sistema de saúde, é equivocado e não dará destinação certa ao dinheiro para combater a crise.

"Enquanto os americanos sofrem, Barack Obama planeja tirar mais dinheiro dos contribuintes. Destinar esse dinheiro para orçamentos mal administrados não é a solução - é o problema", disse Tucker Bounds, porta-voz de McCain.

McCain também voltou a questionar a experiência de Obama e usou uma frase do candidato a vice na chapa democrata, o senador Joe Biden, que disse, durante um evento para arrecadação de verbas de campanha no final de semana passada, sobre seu colega de chapa: "vejam, nós teremos uma crise internacional, uma crise gerada, para testar o ânimo desse cara". Biden criticava a política externa de Bush.

McCain disse nesta terça, a eleitores na Pensilvânia, outro estado crucial na disputa, que ele já foi testado em crises semelhantes "A América não terá um presidente que precisa ser testado. Eu já fui testado, meus amigos", ele disse a uma multidão em Harrisburg.

Uma pesquisa da Pew Research Center, publicada na sexta-feira, mostrou o crescimento nacional nas intenções de voto em Obama, que está com 52% das intenções de voto, enquanto McCain está com 38% na sondagem. A perda de confiança em McCain aparecia como um dos principais fatores para a erosão nas intenções de voto, com 41% dos entrevistados dizendo que têm preocupações com a capacidade de McCain avaliar problemas. Apenas 29% dos entrevistados mostraram preocupação semelhante a respeito de Obama.

Já uma análise da Associated Press mostra Obama com vantagem em estados que representam 264 votos no Colégio Eleitoral que elegerá o presidente dos Estados unidos. A eleição é indireta. McCain tem a vantagem em estados que representam 185 votos. Seis estados, que incluem a Flórida e representam 80 votos, ainda estão em disputa. São necessários 270 votos para um candidato ser eleito presidente dos EUA no Colégio Eleitoral, de um total de 538 votos. Em 4 de novembro, os americanos elegerão os representantes estaduais, ou os delegados, que votarão no Colégio Eleitoral, para um ou outro candidato, em 15 de dezembro

Avó doente

Obama cancelou todos seus eventos de campanha na quinta-feira e na sexta-feira para visitar sua avó no Havaí. Madelyn Payne Dunham, de 85 anos, está gravemente doente, informou na noite desta segunda-feira Robert Gibbs, um porta-voz de Obama.

Madelyn ajudou a criar o hoje candidato à Casa Branca. Segundo o porta-voz, ela foi liberada do hospital em que estava no Havaí na semana passada, porém sua saúde piorou "a um ponto em que sua situação é bastante grave".

Eventos originalmente planejados para Madison, Wisconsin, e Des Moines, Iowa, na quinta-feira, serão substituídos por um em Indianápolis. Na sexta-feira, a mulher de Obama, Michelle, "substituirá" o candidato em Akron e Columbus, em Ohio, segundo uma porta-voz da campanha, Jen Psaki. Obama deve retomar a campanha no sábado, em uma localidade ainda não determinada no oeste do país.

"A avó do senador Obama, Madelyn Dunham, sempre foi uma das figuras mais importantes na vida dele, junto com sua mulher e seu avô", disse Gibbs. "Recentemente sua avó adoeceu e nas últimas semanas sua saúde piorou a um ponto em que sua situação é bastante séria. É por essa razão que o senador Obama decidiu mudar seu cronograma na quinta-feira e na sexta-feira para que possa passar um tempo com ela."

O porta-voz disse que a família merece ter sua privacidade respeitada e que não diria qual a doença de Madelyn. A situação parecia bastante grave, pois Gibbs falou que "todos entendem a decisão que o senador Obama está fazendo". A avó dele fará 86 anos neste domingo.

Madelyn é a "avó branca", a que o candidato democrata se referiu em seu discurso sobre raça. Em outra oportunidade durante a campanha, o senador por Illinois afirmou que ela lhe ensinou valores como o amor ao país, o trabalho duro e o respeito ao próximo. As informações são da Associated Press.

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