Brasil e EUA agirão em conjunto para resgate
Washington - Estados Unidos e Brasil acertaram ontem uma ação conjugada para o resgate de seus cidadãos da Líbia. Durante conversa em Washington com a secretária de Estado Hillary Clinton, o chanceler Antonio Patriota informou haver um barco pronto para retirar brasileiros da cidade de Benghazi e ofereceu lugares aos norte-americanos.
Refugiados
Israel libera retorno de 300 palestinos
Tel Aviv - Trezentos palestinos que estavam na Líbia receberam autorização de Israel para regressar aos territórios ocupados, anunciou ontem o premier israelense Benjamin Netanyahu, revelando se tratar de um pedido direto de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina ANP.
"Devido à situação atual de violência na Líbia, recebi um pedido pessoal do presidente Abbas para que Israel permitisse que um grupo de palestinos deixasse a Líbia e entrassem em territórios palestinos. Por isso Israel vai dar autorização a 300 palestinos para entrar nas áreas palestinas", disse o premier.
O destaque à medida chega como uma manobra do premier em meio ao estagnado processo de paz que na última sexta-feira sofreu mais um entrave, quando os EUA vetaram no Conselho de Segurança das Nações Unidas uma medida que condenaria a expansão dos assentamentos israelenses em territórios ocupados o texto foi copatrocinado pelo Brasil, que votou a favor da resolução. As obras são consideradas ilegais.
Os Estados Unidos votaram contra uma resolução apreciada no dia 18 pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas que poderia condenar a expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Dos 15 votos, 14 foram a favor, incluindo o do Brasil, que no momento detém a presidência rotativa do órgão.
Para ter validade a medida precisava de todos os votos dos países que integram o Conselho, e caso tivesse sido aprovada, reforçaria o caráter ilegal da expansão dos assentamentos nos territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, determinando ao governo israelense a interrupção imediata das obras.
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Em suas primeiras declarações sobre a crise na Líbia, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse ontem que o governo do ditador Muamar Kadafi "vai ter de enfrentar as consequências das contínuas violações dos direitos humanos. "Essas ações violam normas internacionais e todos os padrões comuns de decência. A violência tem que parar, declarou o presidente.
Mais cedo, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou que sanções contra o regime líbio não podem ser descartadas. "Todas as opções estão na mesa para parar com a violência, declarou. A Europa já concordou em aplicar sanções contra o país.
Antes da atual revolta, Kadafi vinha sendo reabilitado pelo governo americano, após décadas considerado um pária. A nova relação teve início quando o ditador líbio renunciou a seu programa nuclear, e foi facilitada pelos interesses de empresas ocidentais nas vastas reservas petrolíferas do país.
O chanceler brasileiro, Antônio Patriota, seguiu linha parecida ontem, após reunir-se com Hillary para acertar detalhes da visita de Obama ao Brasil, em março. Depois de dizer que vai levar a situação da Líbia ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, o ministro se disse "profundamente preocupado com os brasileiros que ainda estão no país. "[Mas] estou encorajado de que vamos oferecer uma saída para eles, afirmou (leia mais abaixo).
Bíblico
Na Europa, autoridades temem que os conflitos no norte da África causem um êxodo de grandes proporções. O chanceler italiano, Franco Frattini, disse que "centenas de milhares de refugiados tentarão cruzar o mar Mediterrâneo de barco. "Isso é um êxodo bíblico, disse.
Autoridades europeias dizem acreditar que os refugiados não serão apenas líbios, mas cidadãos de diversos países da África subsaariana.
Estima-se que cerca de 1,5 milhão de estrangeiros ilegais estejam morando ou de passagem pela Líbia hoje.
O país é considerado uma espécie de porta de entrada da África para a Europa e o regime de Muamar Kadafi a principal barreira para os imigrantes. A ditadura líbia impede até 750 mil pessoas por ano de imigrar para a Europa em uma política de cooperação de Kadafi com os governos europeus.
Cerco
Ontem, quando o cerco da comunidade internacional ao regime líbio ganhou maior intensidade, alguns governos chegaram a propor a suspensão da Líbia de órgãos da ONU e até a Liga Árabe decidiu afastar Kadafi das reuniões até que ele mude de postura. Os 27 países da União Europeia estabeleceram um acordo para iniciar a elaboração de uma lista de medidas contra Trípoli. O arsenal deve incluir desde a proibição para que Kadafi, sua família e seus ministros viagem para a Europa, o congelamento de bens, contas e empresas, o embargo de armas e outras restrições.
Com a lista preparada, ministros tomarão a decisão nos próximos dias sobre quais serão aplicadas imediatamente.
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