Enfrentando uma série de grandes desafios na Ásia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, partiu nesta quinta-feira na sua primeira ampla viagem ao continente, onde uma China emergente e um Japão mais afirmativo estão enfrentando a posição norte-americana na diplomacia e no comércio.
Obama pegou nesta quinta-feira o avião para Tóquio numa viagem asiática que acrescentará quatro países - Japão, China, Cingapura e Coreia do Sul - aos 16 que ele já conhece. A viagem também coloca no cenário um continente que muda dramaticamente.
"Uma das minhas mais importantes tarefas é continuar a fortalecer a relação entre os EUA e a Ásia", disse Obama em entrevista antes de partir. Na rota para Tóquio, Obama deverá parar na base da Força Aérea americana de Elmendorf, no Alasca. Nessa parada, primeira visita de Obama ao Estado do Alasca, o presidente deverá discursar para os soldados.
Obama chegará ao Japão um dia após o planejado. A viagem atrasou porque ele teve que ir na terça-feira a Fort Hood, no Texas, para um serviço em memória às vítimas da chacina da semana passada. Sua visita a Cingapura, para o encontro anual no fórum econômico Ásia-Pacífico, foi reduzida de dois dias para 20 horas
Obama é esperado no Japão pelo novo primeiro-ministro Yukio Hatoyama, que chegou ao poder pedindo por uma parceria mais igualitária com Washington. Hatoyama também prometeu parar de abastecer os navios da coalizão liderada pelos EUA que transportam armas e suprimentos para a guerra no Afeganistão, além de propor a revisão do acordo militar que permite aos EUA estacionarem 47.000 soldados no Japão. Hatoyama também propõe a formação de um bloco comercial asiático que exclua os EUA.
Mas o maior desafio de Obama na Ásia é o crescente poder econômico e militar da China. Obama se encontrará com os líderes chineses em Xangai e Pequim, fará excursões à Grande Muralha e à Cidade Proibida e terá um encontro com jovens chineses na Prefeitura de Xangai.
Enquanto os EUA ainda lutam para sair da recessão, a economia chinesa se recupera com brilho. Também existe a questão do déficit comercial americano. Pela avaliação dos EUA, a moeda chinesa, o yuan, está subvalorizada, embora Pequim tenha sinalizado nesta quinta-feira que está pronta a permitir a valorização do yuan. Além disso, existem disputas comerciais entre os dois países em vários setores, das exportações chinesas de pneus à pirataria de DVDs.
Questão nuclear
Obama e o primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, pretendem divulgar declaração conjunta em defesa de um mundo livre de armas nucleares depois da reunião que terão amanhã em Tóquio, informou a mídia local nesta quinta-feira.
Na declaração, provisoriamente intitulada "Iniciativa conjunta EUA/Japão por um mundo livre de armas nucleares", os dois líderes pretendem aproveitar o sentimento da comunidade internacional em favor da redução dos arsenais e da não-proliferação de armas, diz a edição de desta quinta-feira do Yomiuri.
No esforço conjunto, os EUA procurariam enfatizar a simpatia pelo fim das armas nucleares enquanto o Japão passaria a mensagem a partir da perspectiva de único país do mundo a ter sido atacado com armas atômicas.
Em 1945, no crepúsculo da Segunda Guerra Mundial, os EUA lançaram bombas atômicas sobre as cidades japoneses de Nagasaki e Hiroshima. Estima-se que cerca de 220.000 pessoas tenham morrido em decorrência dos bombardeios. A maioria das vítimas era civil.
A declaração a ser divulgada nesta sexta-feira tem como base uma resolução adotada em setembro pelo Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) durante cúpula presidida por Obama, noticiou a agência Jiji Press.
No documento, os dois países também pretendem pedir à Coreia do Norte que regresse imediata e incondicionalmente às negociações multilaterais em torno de seu programa nuclear bélico. Ao Irã, EUA e Japão pedirão que esclareça as suspeitas em torno de seu programa nuclear.
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