A Síria está violando o acordo de cessar-fogo assinado entre Estados Unidos e Rússia ao impedir o envio de ajuda a Aleppo, indicou o enviado especial da ONU, Staffan de Mistura, nesta quinta-feira (15). A organização pediu ao governo sírio que autorize “imediatamente” a entrada de ajuda humanitária nas localidades cercadas.
Símbolo das novas tensões entre as potências, a Rússia acusou os Estados Unidos de não cumprir com seus compromissos do acordo de cessar-fogo na Síria - por não fazer pressão suficiente nos rebeldes para que se distanciem dos extremistas.
“No terceiro dia (da trégua), só o exército sírio respeitava o cessar-fogo. No mesmo momento, a oposição moderada patrocinada pelos Estados Unidos aumentou o número de ataques contra os bairros residenciais”, acusou o porta-voz do Ministério de Defesa russo, Igor Konachenkov.
Contudo, segundo a ONU, o governo da Síria ainda não forneceu autorização para que os comboios possam avançar pelo país em trégua. O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura explicou que a ajuda não sairá enquanto as condições de segurança na rota do Castello - eixo principal para chegar na parte leste de Aleppo - não estiverem garantidas.
Vinte caminhões já começaram a cruzar a fronteira entre Síria e Turquia, mas precisam das permissões para atingir zonas cercadas, como Moadamiyah, al Waer e Douma, além da própria Aleppo, controlada em sua maior parte pelos rebeldes. A ajuda poderia chegar a elas no final da semana, mas Mistura disse que os veículos só seguirão se houver condições de segurança. Segundo ele, EUA e Rússia deveriam agir para “abrir a estrada”.
Nesse sentido, a Rússia anunciou que as forças do governo sírio começavam a se retirar da estrada do Castello em cumprimento ao acordo de trégua negociado com os Estados Unidos.
Milhares de civis estão cercados em cerca de 20 cidades, a maioria por forças do governo. A ONU espera poder levar a ajuda humanitária ainda nesta sexta-feira (16) para o leste de Aleppo, onde, segundo a organização, entre 250 mil e 275 mil pessoas vivem nos bairros rebeldes, assinalou Jan Egeland, que lidera o Grupo de Trabalho.
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