Multidão comemora conquista de Benghazi, segunda maior cidade do país, pela oposição| Foto: Suhaib Salem/Reuters

Benghazi - Opositores do líder líbio Mua­­mar Kadafi seguiram em frente ontem na tentativa de restaurar a normalidade e a ordem em Ben­­ghazi, elegendo um conselho da cidade, encarregado de retomar os serviços públicos. Milhares de moradores estavam de volta às ruas da segunda maior cidade da Líbia ao pôr do sol, agitando bandeiras em carros e soltando fogos de artifícios, enquanto a Coalizão Revolu­­cionária 17 de Fevereiro se reunia para traçar um caminho a seguir.

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Eles declararam a formação de um conselho da cidade, com 13 membros, cada um encarregado de avaliar as prioridades em áreas como saúde, educação, segurança pública e serviços públicos, afirmou o porta-voz da Coalizão, Abdelhafiz Ghoqa.

"Inicialmente, estávamos com medo do caos, mas os jovens (que apoiaram os protestos que caçaram os simpatizantes de Kadafi de Benghazi) estavam organizados", disse. "Agora, cada dia é melhor que o último", disse o líder.

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Ouvido sobre como outros países poderiam ajudar, Ghoqa pediu que os governos europeus realizem o que ele chamou de "proteção aérea", com o objetivo de deter as forças de Kadafi de utilizar o poder aéreo contra os manifestantes. Mas, como muitos outros em Benghazi, ele alertou fortemente contra poderes es­­trangeiros intervindo na re­­gião. "Se todos nós lutarmos e morrermos", disse "ainda assim não recorreremos aos estrangeiros".

Tobruk

Em outra cidade dominada pela oposição, Tobruk, o grito de guer­­ra que ressoava na tarde de on­­tem era "Viva a Líbia, fora Kada­­fi!". Convocada pelos opositores ao regime de Muamar Kadafi que controlam a cidade há uma semana, uma grande mobilização ocorreu após a oração mu­­çulmana da sexta-feira. Havia clima de festa, com gente no teto da mesquita, bandeiras, buzinaços e cânticos. "Líbia, Líbia, va­­mos, vamos!", cantavam com punho em riste alguns, com crianças levadas das mãos. Mui­­tos idosos também participaram da manifestação em Tobruk (a 130 km da fronteira com o Egito), organizada sob o olhar condescentente das forças militares e policiais que desertaram e se somaram à revolta.

Pouco antes da grande oração, um grupo de soldados passou, inclusive a bordo de uma caminhonete, saudando com o sinal da vitória e recebendo aplau­­sos pelo caminho. "A vida em Tobruk é normal", disse Mohamed Haduth, de 52 anos, explicando que as pessoas "se encarregaram de se organizar" sozinhas, depois de tomar o controle da cidade.

"Kadafi tem de deixar o nosso país. Ele nos trata como animais. Vivemos há 42 anos como animais, em más condições", reclamou Haduth.

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