Estrangeiros que deixaram a Líbia nesta quarta dizem que Trípoli se transformou num campo de guerra desde que as forças de Muamar Kadafi começaram a atacar os manifestantes com armas pesadas e aviões. Vários países de todo o mundo lutam para retirar dezenas de milhares de seus cidadãos do território líbio.
Hoje o aeroporto de Trípoli estava lotado de pessoas que tentavam deixar o país. Dois navios da Turquia retiraram 3 mil cidadãos da Líbia, mas estima-se que existam 25 mil trabalhadores turcos vivendo lá. "Estamos realizando a maior operação de evacuação de nossa história", disse o ministro de Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, lembrando que 21 países pediram à Turquia que resgatassem seus cidadãos.
Mais de doze países - dentre eles Rússia, China, Alemanha e Ucrânia - enviaram aviões para ajudar a retirar seus cidadãos da Líbia. "O aeroporto está lotado. Você não acredita a quantidade de pessoas que está lá", disse a norte-americana Kathleen Burnett em Viena, ao sair de um avião proveniente de Trípoli. "É um caos total". A búlgara Irina Kuneva disse que a tensão aumentou muito depois do discurso de Kadafi que sugeriu uma guerra com tribos do leste do país. "As pessoas estão com medo porque há muitos ex-prisioneiros que estão andando bêbados pelas ruas".
Cidadãos dos Estados Unidos embarcaram numa balsa com capacidade para 600 passageiros no porto de As-shahab, em Trípoli, para uma viagem de cinco horas até Malta, a ilha mediterrânea ao sul da Itália. Imigrantes também iam em direção às fronteiras terrestres com o Egito e a Tunísia hoje. Jemini Pandya, porta-voz da agência de imigração da Organização das Nações Unidas (ONU), disse que milhares de imigrantes estão fugindo da Líbia.
A China também está em meio a uma enorme operação de evacuação. Há pelo menos 30 mil chineses na Líbia trabalhando na construção de estradas de ferro e em outros setores de infraestrutura, além do setor petrolífero. O governo chinês vai enviar 13 mil pessoas para Creta de navio.
Dois aviões militares franceses retiraram cerca de 400 estrangeiros e os levaram para Paris e uma terceira aeronave já está a caminho da França. A Grã-Bretanha enviou um navio de guerra, o HMS Cumberland, que vai ancorar na costa da Líbia para uma possível evacuação pelo mar de cidadãos britânicos.
Israel
Israel vai permitir que 300 palestinos que estão na Líbia retornem para os territórios palestinos. O gesto humanitário foi divulgado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na noite de hoje (horário local). "Eu respondi a um pedido pessoal do presidente (palestino) Mahmoud Abbas", disse Netanyahu. "Por causa dos tumultos e da violência, Abbas pediu para Israel permitir que os palestinos deixem a Líbia e entrem nas áreas palestina". As informações são da Associated Presse e da Dow Jones.
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