Um navio contratado pela construtora Queiroz Galvão está a caminho da cidade de Benghazi, no leste da Líbia, para retirar cerca de 180 brasileiros, funcionários da empresa e seus familiares, que ficaram presos na cidade em decorrência das manifestações contra o líder Muamar Kadafi, informou o Itamaraty nesta quarta-feira.
"O navio chega entre hoje e amanhã (a Benghazi) e vai retirar em torno de 180 brasileiros. De lá, eles serão levados para Malta", informou por telefone um assessor do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília.
De acordo com o Itamaraty, o governo e a Queiroz Galvão desistiram dos planos de resgatar os brasileiros em um avião fretado, depois que o aeroporto de Benghazi ficou "sem qualquer condição de operação" por causa dos protestos.
Entre 500 e 600 brasileiros vivem atualmente na Líbia, em sua grande maioria empregados de empresas do país, como a própria Queiroz Galvão, a Odebrecht e a Petrobras.
Os cidadãos brasileiros que estavam em Trípoli, a capital da Líbia, já estão conseguindo deixar o país de avião, de acordo com o Itamaraty.
A chanceler francesa Michèle Alliot-Marie disse na terça-feira, durante visita a Brasília, que dois aviões franceses também estavam disponíveis para retirar cidadãos brasileiros de Trípoli.
Benghazi, a segunda maior cidade da Líbia, é o berço da revolta popular contra as mais de quatro décadas de governo do líder Kadafi. Moradores do local afirmam que a cidade agora está sob controle dos manifestantes.
As forças de segurança de Kadafi vêm reprimindo manifestantes com ferocidade em todo o território, principalmente em Trípoli. Os combates explodiram na semana passada, em uma reação a décadas de repressão e após levantes que derrubaram líderes na Tunísia e no Egito.
Segundo testemunhas e grupos de direitos humanos, centenas de manifestantes já morreram no país em confrontos com as forças de segurança.
- Sarkozy pede à Europa que suspenda laços econômicos com a Líbia
- População devolve armas em Benghazi, dizem moradores
- Violência na Líbia faz UE avaliar sanções contra o país
- Até mil pessoas podem ter morrido na Líbia, diz chanceler da Itália
- Conselho de Segurança da ONU condena uso de violência na Líbia
- Odebrecht freta aviões para retirar funcionários da Líbia
- "Parece coisa de filme", diz brasileiro que tenta deixar a Líbia
- Governo negocia resgatar por navio brasileiros na Líbia
- Liga Árabe veta presença da Líbia em reuniões do grupo
- Líbia fecha portos e petrolíferas suspendem atividades
- Itamaraty tenta tirar 130 brasileiros da Líbia
- Muamar Kadafi não renuncia ao cargo e diz que ficará na Líbia
Deixe sua opinião