Primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, se pronunciou em comitiva do partido AKP| Foto: REUTERS/Umit Bektas

O primeiro-ministro turco, o islamita conservador Recep Tayyip Erdogan, trocou nesta quarta-feira dez ministro de seu gabinete, em reação à saída dos titulares de Interior, Economia e Urbanismo, envolvidos em um escândalo de corrupção.

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Erdogan anunciou a nova composição do gabinete após uma reunião de quase uma hora e meia com o presidente, Abdullah Gül, e apareceu diante das câmeras visivelmente abatido e sem sua habitual eloqüência.

Ao mesmo tempo, em Ancara, Istambul e Esmirna aumentavam os protestos da população, que pede a renúncia de todo o Executivo.

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A polícia dispersou com gás lacrimogêneo um protesto de centenas de pessoas no bairro de Kadiköy, na capital, mas outra manifestação já está marcada para sexta-feira.

As horas de incerteza entre a renúncia e as novas nomeações mostraram que o escândalo deixou Erdogan em situação difícil inclusive entre seus correligionários, principalmente depois que o titular de Urbanismo, Erdogan Bayraktar, o acusar de compartilhar responsabilidades e sugerir que renunciasse também.

Entre os novos nomes não está nenhum peso pesado do AKP, o partido no governo, exceto Bekir Bozdag, até então vice-primeiro-ministro e agora ministro da Justiça.

Mevlüt Çavusoglu, presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa entre 2010 e 2012, será o novo titular de Assuntos Europeus, substituindo Egemen Bagis, até agora um dos ministros mais influentes do gabinete.

Também foram trocados os nomes das pastas de Família, Transportes, Infraestruturas e Ciência, e nomeado um novo vice-primeiro-ministro, um total de dez mudanças em 25 cargos do ministério.

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O escândalo de corrupção foi um duro golpe no governo a apenas três meses das eleições locais, marcadas para 30 de março.