O presidente do Azerbaijão, um país rico em petróleo, obteve uma vitória política esmagadora e foi reeleito, em um sufrágio boicotado pela oposição azeri. Observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE, na sigla em inglês) afirmaram nesta quinta-feira (16) que a eleição não cumpriu os padrões internacionais.

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Com 70% dos sufrágios contados, o presidente Ilham Aliyev obteve 89% dos votos, informou nesta quinta o chefe da Comissão Eleitoral Central, Mazahir Panahov. Aliyev, que lidera o país do Cáucaso desde 2003, enfrentou seis opositores nas eleições da quarta-feira, nenhum dos quais foi considerado um desafiante de peso e capaz de vitória. Funcionários do governo disseram que a eleição foi a mais democrática no Azerbaijão na era pós-soviética.

Mas os cinco partidos da oposição boicotaram o sufrágio, alegando que não puderam fazer campanha com liberdade. Eles lembraram o histórico de Aliyev, que ordenou o fechamento de veículos da mídia independente e aprisionou figuras da oposição.

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A eleição marcou "progressos significativos, mas não cumpriu todos os padrões internacionais", disse Boris Frlec, chefe da missão de 440 pessoas da OSCE que monitorou a votação.

Em comunicado, os monitores da OSCE disseram que faltou à eleição azeri "uma competição vibrante, com cobertura da mídia, e isso não reflete todos os princípios de uma eleição democrática pluralista".

A Rússia e os Estados Unidos atualmente cortejam Aliyev e tentam ser a potência de maior influência no Azerbaijão, que foi uma república soviética até 1991. Além de ter petróleo no Mar Cáspio, o Azerbaijão é rota estratégica entre o Irã e a Ásia Central e os países da Europa, através do Mar Cáspio e do Cáucaso.

Grande parte do petróleo azeri é bombeado para a Europa através de um oleoduto que cruza a Geórgia e vai até Ceyhan, porto turco no Mediterrâneo. Enquanto o Ocidente quer construir um gasoduto entre o Azerbaijão e o Mediterrâneo, a Rússia se oferece para transportar o gás por navio no Mar Cáspio.

O presidente russo Dmitry Medvedev telefonou hoje para Aliyev e o cumprimentou pela vitória, antes mesmo dos resultados oficiais serem divulgados.

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A eleição presidencial foi a quinta no Azerbaijão desde o colapso soviético em 1991, mas muitos descrevem o país mais como uma monarquia que uma república. Aliyev é filho de Geidar Aliyev, que governava o país primeiro como chefe do Partido Comunista no final da era soviética, depois como presidente entre 1993 e 2003.

"Essas eleições não foram livres e justas. Não houve honestidade e os padrões internacionais não foram seguidos", reclamou nesta quinta o líder opositor Isa Qambar. As informações são da Associated Press.