Dezenas de milhares de manifestantes antigoverno se reuniram ontem na capital do Bahrein, Manama, em uma tentativa de aumentar a pressão por concessões políticas antes da possível realização de conversações para encerrar quase duas semanas de protestos e confrontos no pequeno país do golfo Pérsico.
Ao menos duas grandes procissões convergiram-se na Praça da Pérola, no centro da capital, que se tornou o foco da revolta por mudanças democráticas. Forças de segurança não fizeram nenhuma tentativa imediata de impedir as marchas em um aparente sinal de que os governantes bareinitas não querem arriscar mais derramamento de sangue.
Iêmen
O Iêmen foi palco ontem de manifestações massivas contra o ditador do país, Ali Abdullah Saleh, terminando com um saldo de ao menos uma pessoa morta na cidade de Áden, sul do país, vítima de tiros disparados pela polícia.
Os protestos foram registrados em Sanaa, Áden, Taez e Mukalla, das quais participaram centenas de milhares de pessoas.
Um jovem de 17 anos, Mohamed Ahmed Saleh, morreu em um hospital de Áden, cidade onde ocorrem as principais manifestações e palco também de enfrentamentos com a polícia, que deixaram ainda 20 pessoas feridas, segundo fontes médicas.
Iraque
Pelo menos 14 pessoas morreram no Iraque, em meio os protestos contra a corrupção e a falta de serviços básicos ontem. Milhares de iraquianos foram às ruas em todo o país no "Dia de Fúria".
As forças de seguranças tentaram evitar as manifestações nas cidades de Hawija e Mosul, no Norte dos país. Cerca de 120 pessoas ficaram feridas em dezenas de cidades. Prédios públicos foram incendiados. Em cinco cidades, entre elas Bagdá, foi mantida até sábado a proibição de circulação.
Egito
Dezenas de milhares de pessoas se concentraram ontem na Praça Tahrir, no centro do Cairo, para exigir a formação de um novo governo e que o ex-ditador Hosni Mubarak, que renunciou no último dia 11, seja levado aos tribunais.
A manifestação, convocada pelos mesmos grupos que organizaram os protestos antirregime, foi realizado em meio de medidas especiais de segurança.
O acesso à praça Tahrir, que foi epicentro da recente revolta, estava vigiada por soldados, apoiados por tanques militares.
Também havia um cordão de civis que, igual aos soldados, exigiam documentos de identidade de quem entrava na praça.
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