Separatistas pró-Rússia exibiram os monitores europeus detidos no leste da Ucrânia, libertaram um, mas disseram que não têm planos de liberar os outros sete reféns, enquanto os Estados Unidos e a Europa se preparam para adotar novas sanções contra Moscou.
O presidente dos EUA, Barack Obama, pediu para que os EUA e a Europa juntem forças para impor medidas mais duras para conter Moscou. A Casa Branca disse que vai adicionar na segunda-feira nomes de pessoas próximas ao presidente russo Vladimir Putin e suas empresas à lista de russos atingidos por sanções, e também impor novas restrições às exportações de alta tecnologia para a Rússia.
A União Europeia deve seguir o mesmo caminho adicionando à sua própria lista novas pessoas e empresas russas, mas Washington e Bruxelas ainda não chegaram a um acordo sobre medidas mais amplas destinadas a prejudicar a economia da Rússia de forma geral.
Em Donetsk, onde os rebeldes pró-russos proclamaram a independente "República Popular", combatentes armados tomaram a sede de uma televisão regional e ordenaram a transmissão de um canal russo estatal.
Falando durante uma visita à Malásia, Obama disse que conter as ambições do presidente russo, Vladimir Putin, na Ucrânia vai depender de os Estados Unidos e seus aliados encontrarem uma posição única sobre sanções mais rígidas.
"Nós vamos estar em uma posição mais forte para dissuadir Putin quando ele ver que o mundo esta unido e os Estados Unidos e a Europa unidos, e que este não é apenas um conflito russo-norte-americano", disse Obama a jornalistas.
O vice-conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Tony Blinken, disse que novas sanções dos EUA serão impostas na segunda-feira, principalmente com a ampliação da lista daqueles impedidos de viajar para os Estados Unidos e atingidos por congelamento de bens.
O impasse sobre a Ucrânia, uma ex-república soviética de cerca de 45 milhões de pessoas, tem levado as relações entre a Rússia e o Ocidente ao seu nível mais baixo desde o fim da Guerra Fria.
Após os ucranianos terem derrubado um presidente pró-Rússia, Putin desconsiderou décadas de diplomacia internacional, no mês passado, ao anunciar o direito de usar a força militar na Crimeia, território de seu vizinho. Ele tomou e anexou a península ucraniana da Crimeia e deslocou dezenas de milhares de tropas para a fronteira.
Fortemente armados, atiradores pró-russos tomaram edifícios em cidades em todo leste da Ucrânia. Kiev e seus aliados ocidentais dizem que a revolta é organizada por agentes russos. Moscou nega que esteja envolvido e diz que a revolta é uma reação espontânea à opressão de Kiev aos falantes de russo.
Um acordo internacional alcançado este mês instou os rebeldes a desocuparem os prédios, mas Obama disse que a Rússia não "levantou um dedo" para levar seus aliados a cumprir o acerto.
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE, na sigla em inglês) enviou monitores desarmados para tentar incentivar o cumprimento do acordo de paz. Os rebeldes pró-russos detiveram oito monitores europeus há três dias, mantendo-os no seu reduto mais pesadamente fortificado na cidade de Slaviansk.
Um deles, um sueco, foi autorizado a sair no domingo, após negociadores da OSCE discutirem sua libertação. Uma porta-voz dos separatistas disse que o prisioneiro tinha sido liberado por razões médicas, mas que não há planos para libertar o resto do grupo.
Os detidos, naturais da Alemanha, República Checa, Dinamarca, Polônia e Suécia, foram exibidos para jornalistas neste domingo e disseram estar em boas condições de saúde.
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