Ping-pong
Confira a entrevista com Renato Lima, geólogo e diretor do Centro de Apoio Científico em Desastres da UFPR (Cenacid) e da Coordenação e Avaliação de Desastres da ONU (Undac, na sigla em inglês), clique aqui
TÓQUIO - Uma usina nuclear no norte do Japão vazou radiação em quantidades ainda desconhecidas e sofreu uma forte explosão em decorrência do terremoto que atingiu o país anteontem, matando ao menos 564 pessoas o total, porém, pode passar de 1.800. O governo retirou toda a população num raio de 20 km, mas afirma que o vazamento não é grande.
A explosão ocorreu na usina de Fukushima 1 Daiichi (250 km a nordeste de Tóquio) por volta das 16h30 locais (4h30 no Brasil). Imagens de tevê mostraram uma grande quantidade de fumaça saindo do prédio. Quatro funcionários se feriram. Antes mesmo do acidente, técnicos já haviam detectado um vazamento de césio, mas o governo procurou tranquilizar a população, afirmando que a explosão não causou danos mais graves.
"Nós confirmamos que o reator não foi danificado. A explosão não ocorreu dentro do contêiner do reator. Assim, não houve vazamento de grande quantidade de radiação, disse Yukio Edano, chefe da secretaria do gabinete, em entrevista coletiva. "Neste momento, não houve uma grande mudança no nível de vazamento de radiação do lado de fora, portanto gostaríamos que todos reagissemcom calma, completou Edano.
Segundo o governo, a explosão foi provocada por um aumento da pressão no reator após falha do sistema de resfriamento. Para contornar a situação, os técnicos bombeavam água do mar.
Ao menos três moradores de uma cidade próxima à usina teriam sido expostos à radiação, aumentando o temor de um grande vazamento. Esses habitantes faziam parte de um grupo de cerca de 90 pacientes internados em um hospital da cidade de Futaba-machi e foram escolhidos aleatoriamente por médicos para serem submetidos a testes, após o incidente nuclear, informou a rede de televisão pública NHK. O governo japonês poderá entregar iodo à população de regiões próximas às usinas, para evitar que desenvolvam câncer da tireoide.
Um outro reator da central Fukushima 2 Daini, a 12 quilômetros da n.º 1, apresentava sinais semelhantes, de falha no sistema de resfriamento e aumento da pressão, forçando as autoridades a abrir válvulas para deixar escapar o excesso de vapor. Uma ordem de evacuar o local num raio de 20 quilômetros foi também emitida para essa instalação, que conta com quatro reatores. Um corpo de bombeiros especializado em situações de emergência foi enviado à usina nuclear para ajudar a população a se afastar da zona. Na tarde de ontem, havia a estimativa de que pelo menos 300 mil pessoas tivessem sido retiradas da área à usina.
Energia
Pobre em recursos naturais, o Japão supre suas necessidades energéticas com um vasto parque de usinas nucleares, que as autoridades sempre afirmaram estarem capacitadas para aguentar terremotos.
A oposição contra a indústria nuclear é forte no Japão. A cada ano, milhares de pessoas se reúnem para relembrar as vítimas das duas bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945. Mas, ante a pobreza de recursos naturais do arquipélago, a energia nuclear civil é considerada um mal necessário. São mais de 50 reatores espalhados pela costa do Japão, suprindo 30% das necessidades elétricas do país. Esses reatores foram construídos para suportar os tremores sísmicos e parar automaticamente em caso de um abalo muito forte. Onze deles, situados nas zonas mais atingidas pelo terremoto de ontem, pararam automaticamente.
Vítimas
A polícia do Japão aumentou para 564 a estimativa do número de mortos e calculou em 600 o de desaparecidos, segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos. Trata-se da apuração oficial. No entanto, a imprensa japonesa, estima que o número final de vítimas superará os 1.800.
O tsunami devastou a cidade de Sendai, onde a polícia encontrou ontem entre 200 e 300 corpos na praia. Entre 300 e 400 outros mortos estavam no porto de Rikuzentakata, que ficou submerso.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada
Deixe sua opinião