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Navio carregado pelas ondas do tsunami   “estacionou” no que era antes uma residência: cena comum nos arredores de Sendai após o recuo das águas do Pacífico | Kyodo/Reuters
Navio carregado pelas ondas do tsunami “estacionou” no que era antes uma residência: cena comum nos arredores de Sendai após o recuo das águas do Pacífico| Foto: Kyodo/Reuters

Serviço

Saiba como obter informações sobre pessoas no Japão:

O consulado do Japão em Curitiba atende os casos de japoneses e alunos com bolsa de estudo do governo do Japão pelo telefone (41) 3322-4919. Em São Paulo o número é (11) 3254-0100 e em Brasília, (61) 3442-4200.

O Itamaraty orienta brasileiros a ligar diretamente para a Embaixada brasileira em Tóquio, que funciona em esquema de plantão pelos telefones 00xx81-9069495328; 00xx813-5488-5665; 00xx813-3404-5073 ou 00xx813-3404-5211. O email é o comunidade@brasemb.or.jp.

O Núcleo de Assistência Consular a Brasileiros do Itamaraty em Brasília atende pelo telefone (61) 3411-8817.

O governo japonês colocou no ar um site com informações sobre o terremoto, em japonês: www.kantei.go.jp

Operadoras de telefonia podem auxiliar na busca por desaparecidos em sites como http://dengon.docomo.ne.jp/top.cgi e http://dengon.ezweb.ne.jp/

Buscador especial de pessoas do Google no Japão: http://japan.person-finder.appspot.com/?lang=en

Impacto internacional

Alerta global funcionou

Os alertas funcionaram e as populações costeiras tiveram horas para refugiar-se em lugares altos ao longo do Pacífico. Nos Estados Unidos, cais destruídos e barcos danificados foram as únicas perdas causadas pelo terremoto de sexta-feira. Bem diferente do que ocorreu em 2004, quando o tsunami que matou 234 mil pessoas em 12 países do Pacífico pegou todos de surpresa. "Tivemos os alertas muito rapidamente. Não seria possível fazer isso em 2004", disse Gerard Fryer, geofísico do Centro de Alerta contra Tsunamis no Pacífico. O tsunami correu para o leste a 800 km por hora, mais rápido que um jato, mas ainda assim as áreas que seriam potencialmente atingidas foram avisadas com bastante antecedência. Na Califórnia, um homem foi arrastado para o mar, mas foi resgatado, e 35 barcos foram destruídos pelas ondas. Quatro pessoas foram à praia ver as ondas e acabaram carregadas para o mar. Duas conseguiram nadar e as outras tiveram que ser resgatadas. Na América do Sul, países como Chile, Peru e Equador reportaram ondas apenas um pouco mais elevadas.

Além dos custos com a reconstrução das áreas atingidas pelo terremoto e pelo tsunami, o Ja­­pão terá que enfrentar atrasos na sua produção industrial, parcialmente paralisada desde sexta-feira.

Analistas e a imprensa internacional foram unânimes em afirmar que a catástrofe vai unir o país em torno de um projeto de reconstrução, que pode incentivar o orgulho nacional, abalado nos últimos anos por escândalos políticos e pelo crescimento da vizinha China.

O terremoto afetou um grande número de indústrias. Mon­­tadoras de automóveis, fabricantes de eletrônicos, bebidas e siderúrgicas interromperam a produção após o tremor. As empresas devem reavaliar a situação na segunda-feira.

O setor industrial tem sido prejudicado pelos constantes cortes de energia após o tremor, o que torna difícil manter as operações diárias. A situação pode se agravar se houver um colapso da usina nuclear Daiichi, danificada pelo terremoto. A Tepco, empresa que administra a usina, pediu que seus clientes reduzissem o uso de energia e disse que irá impor cortes "seletivos" a partir deste domingo.

A Toyota suspendeu as operações de suas 12 fábricas para permitir que seus empregados e fornecedores preocupem-se com a segurança de suas famílias. A Honda suspendeu a produção em quatro de cinco fábricas e informou que um funcionário morreu durante o terremoto. Outros 30 ficaram feridos.

A Nissan parou a produção em todas as seis unidades no Ja­­pão e disse estar avaliando os danos às suas instalações e equipamentos, além de negociar o recebimento de peças com seus fornecedores.

A Sony interrompeu as operações em seis fábricas de componentes, como baterias, chips e smart cards nas províncias de Fukushima e Miyazaki. Em uma de suas fábricas em Miyagi, que produz fitas magnéticas e discos Blu-ray, todo o primeiro andar foi inundado e os funcionários ficaram abrigados no segundo andar.

A Panasonic paralisou várias unidades que produzem máquinas digitais, produtos de áudio e componentes eletrônicos. A operadora Oriental Land decidiu fechar por dez dias os parques temáticos da Disneylândia, em Tóquio, e a Disney Sea, nos arredores da capital.

Em Tóquio, praticamente todo o varejo não abriu no sábado. No movimentado distrito co­­mercial de Harajuku, de pequenas butiques a grandes magazines permaneceram fechados.

O economista Nouriel Roubi­­ni, conhecido por prever a última crise financeira que assolou o mundo, disse que o terremoto no Japão vem, do ponto de vista da economia, no "pior momento" possível.

"Existirá um estímulo fiscal para reconstruir o país, mas o Ja­­pão sofre com um deficit pú­­bli­­co que se aproxima dos 10% do PIB, além de ter uma população idosa (que não integra a força de trabalho)", analisou.

Assim como ocorre nos EUA, as autoridades monetárias japonesas mantêm a taxa de juros em um patamar próximo de zero, uma tentativa de aquecer a combalida atividade econômica.

"O terremoto causa queda na atividade econômica no mesmo trimestre, mas, com o passar do tempo, se há estímulo fiscal, exis­­te a possibilidade de recuperação da economia em um curto intervalo de tempo", completou o professor Roubini.

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