A irmã de Laura Ling, uma das duas jornalistas libertadas pelo regime norte-coreano após a visita do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, na última quarta-feira (5), disse que as duas repórteres mal tocaram o solo do país antes de serem capturadas e detidas por meses, informa o site "The Huffington Post".

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Lisa Ling, irmã de Laura, contou ao site que as duas jornalistas passaram apenas "cerca de 30 segundos no país até que tudo se tornasse caótico".

Segundo ela, a jornalista quer compartilhar a história que viveu no país asiático.

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De acordo com o "Huffington Post", Lisa Ling disse que, um dia depois de retornar de Pyongyang num avião particular, sua irmã ainda está "exausta emocionalmente".

Lisa disse ainda que o marido de Euna Lee, a segunda jornalista libertada, contou que a filha de 4 anos do casal, Hana, segue a mãe por todos os cômodos da casa. Durante a prisão, Lee ligou para a família e deixou um mensagem dizendo o quando amava sua filha, disse Lisa, segundo o site.

"De todos nós, a pequena Hana era a mais confiante de que veria sua mãe logo", disse Lisa Ling.

Laura Ling, segundo a irmã contou ao site, disse à família da prisão que estava sendo tratada humanamente, mas a comida era racionada e ligações telefônicas, monitoradas.

"Haviam dois guardas no quarto todo tempo, manhã e noite. Embora não pudessem falar com ela, de alguma forma eles desenvolveram uma espécie de amizade", disse Lisa Ling, segundo o site.

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Prisão

Euna Lee, de 36 anos, e Ling, de 32, foram presas em março, sob acusação de entrarem ilegalmente no território norte-coreano quando faziam uma reportagem sobre tráfico de mulheres, na fronteira entre China e Coreia do Norte.

A dupla trabalha para o canal Current TV, fundado por Al Gore, que foi vice de Clinton. Em julho, as duas jornalistas foram condenadas as 12 anos de trabalhos forçados.

"As famílias de Laura Ling e Euna Lee estão transbordando de felicidade com a notícia do perdão", disse nota divulgada em um site criado para apoiar as duas jornalistas.

A nota expressa gratidão ao presidente Barack Obama e a vários funcionários do governo, além de agradecer a Clinton "por assumir uma missão tão árdua".

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Pouco após a chegada da comitiva de Clinton, Obama saudou o extraordinário esforço humanitário do ex-presidente."Nós estamos obviamente aliviados", afirmou Obama aos repórteres da Casa Branca. "A reunião que todos nós vimos na televisão é uma fonte de felicidade, não apenas para as famílias, como para todo o país", afirmou Obama.

"Quero agradecer ao presidente Bill Clinton - e tive uma chance de falar isso com ele - pela extraordinário esforço humanitário que resultou na libertação das duas jornalistas". Ele também agradeceu ao ex-vice-presidente Al Gore, que "que trabalhou incansavelmente a fim de alcançar um resultado positivo".

Diplomacia

O encontro de Kim Jong-il com o ex-presidente foi o contato de mais alto nível entre EUA e Coreia do Norte desde que Clinton era presidente, no começo da década. Não houve informações sobre o que mais Clinton discutiu nesta visita, que deu algo que Kim deseja avidamente - atenção direta dos EUA e uma visita de um emissário bem posicionado.

A KCNA, agência oficial do governo norte-coreano, disse que Clinton "transmitiu de forma cortês uma mensagem verbal (...) de Obama expressando profundo agradecimento (pelo perdão às jornalistas) e refletindo opiniões sobre formas de melhorar as relações entre os dois países".

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A Casa Branca negou que Clinton tenha transmitido qualquer mensagem de Obama.

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