Manifestantes protestam em apoio ao presidente interino Roberto Micheletti, em Tegucigalpa. Ele deve oferecer um ultimato: ou Zelaya é restaurado no poder, ou o país será suspenso da entidade da OEA| Foto: Oswaldo Rivas / Reuters

A Suprema Corte de Honduras rejeitou nesta sexta-feira (3) um apelo de José Miguel Insulza, secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), para restituir ao poder o presidente Manuel Zelaya, deposto no último domingo. A OEA deu ao governo interino do país prazo até sábado (4) para que Zelaya volte ao cargo.

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Insulza conversou durante duas horas com Jorge Rivera, presidente do tribunal que autorizou o golpe militar que derrubou Zelaya e o levou ao exílio.

"Insulza pediu a Honduras que reinstale Zelaya, mas o presidente do tribunal respondeu categoricamente que há uma ordem de prisão contra ele", disse o porta-voz Danilo Izaguirre. "Agora a OEA deve decidir o que fazer."

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O secretário-geral não fez comentários na saída da reunião.

Insulza ainda deve se encontrar nesta sexta com o presidente interino, o também presidente do Congresso, Roberto Micheletti.

Mais cedo, Micheletti disse estar contente com a possibilidade de conversar com Insulza, que deve oferecer um ultimato: ou Zelaya é restaurado no poder, ou o país será suspenso da entidade.

Micheletti disse que pode estar aberto à antecipação da eleição presidencial ou até mesmo a um referendo sobre a volta de Zelaya para cumprir os quatro meses restantes de mandato, caso isso acalme a condenação global à deposição dele.

Insulza demonstrou cautela, no entanto, e disse a jornalistas na quinta-feira que duvida ser possível resolver a crise em apenas uma visita.

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A OEA, que agrupa a maioria dos países das Américas, entre eles os Estados Unidos, é uma organização simbólica que promove a paz e a justiça, mas tem poderes limitados.

A nova administração hondurenha tem rejeitado qualquer tentativa de trazer Zelaya de volta ao país. Zelaya foi deposto em um golpe durante a madrugada do último domingo por conta das disputas sobre os limites para a reeleição presidencial no país. É a pior crise na América Central desde a invasão do Panamá pelos Estados Unidos em 1989.

"Pela paz e tranquilidade do país, eu prefiro que ele (Zelaya) não volte", disse Micheletti a uma emissora de rádio hondurenha na quinta-feira. "Não quero sequer uma gota de sangue derramada no país", acrescentou. Ele também acusou o presidente venezuelano, Hugo Chávez, de orquestrar as movimentações de Zelaya.