Damasco - Ativistas pelos direitos humanos disseram ontem que o governo sírio enviou tanques para perto da fronteira com o Iraque, num momento em que o presidente Bashar Assad é pressionado a acabar com a repressão contra os levantes pró-democracia.
Pelo menos seis civis morreram depois que novos protestos começaram na cidade de Deir Ezzor, no leste do país. Soldados realizaram uma campanha agressiva nas montanhas do norte, fazendo com que milhares de pessoas fugissem para a Turquia.
A violência na Síria matou 1.297 civis e 340 soldados das forças de segurança desde que as manifestações começaram em meados de março.
As potências europeias continuam fazendo campanha por um projeto de resolução condenando a repressão, sustentada por afirmações de que a demora do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) causou a perda de centenas de vidas. Rússia e China se opõem fortemente à ação da ONU contra Assad e poderiam vetar qualquer resolução.
Brechas
O Brasil quer evitar que uma resolução sobre a Síria vá a votação no Conselho de Segurança. A opção defendida pelo Itamaraty é apenas uma declaração sobre a situação no país, não um texto que contenha brechas para uma ação militar.
A declaração, mesmo se for "firme", como promete a diplomacia brasileira, não tem a força legal de uma resolução. É um gesto político. Para isso, o chanceler Antonio Patriota tem mantido conversas, nos últimos dias, com representantes dos países membros do grupo, inclusive os autores do texto, Reino Unido e França.
A ideia é evitar tanto a menor possibilidade de que a resolução seja aprovada quanto um "racha" no Conselho, que, na visão do Itamaraty, não seria "positivo".
Liga Árabe
A situação de Assad se complicou porque, pela primeira vez, a Liga Árabe rejeitou o uso de violência pelo regime do ditador sírio. Em comunicado, o secretário-geral do bloco disse que, apesar de ainda não haver um posicionamento comum, os 22 países manifestam "preocupação e raiva" com o crescente saldo de mortes de civis.
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