Dois norte-americanos e um japonês venceram nesta quarta-feira o prêmio Nobel de Química de 2008 pela descoberta de uma proteína brilhante das águas vivas que ajudou os cientistas a identificar o começo de doenças como o câncer e o mal de Alzheimer.
O prêmio de 10 milhões de coroas suecas (1,4 milhão de dólares) foi para o japonês Osamu Shimomura e os norte-americanos Martin Chalfie e Roger Tsien pela descoberta da proteína GFP.
"A proteína fluorescente verde, GFP, foi observada inicialmente na bonita água viva Aequorea victoria, em 1962", disse o Comitê Nobel de Química da Academia Real Sueca de Ciências, em comunicado.
"Desde então, esta proteína se tornou uma das ferramentas mais usadas na biociência moderna. Com a ajuda da GFP, os pesquisadores desenvolveram maneiras de observar processos outrora invisíveis, como o desenvolvimento de células nervosas no cérebro ou como as célula cancerígenas se espalham".
Shimomura isolou a GFP pela primeira vez, retirando-a das águas vivas da costa oeste da América do Norte. Ele descobriu que, exposta à luz ultravioleta, a proteína brilhava em um tom de verde.
Chalfie debruçou-se sobre a descoberta para demonstrar que a GFP serviria para fazer a identificação genética luminosa de fenômenos biológicos. Já Tsien estendeu a paleta de cores para além do verde, o que permitiu que os pesquisadores acompanhassem processos biológicos distintos ao mesmo tempo.
O forte tom de verde da proteína da água viva aparece sob as luzes azul e ultravioleta, o que permite que os pesquisadores iluminem tumores cancerígenos em crescimento e mostrem o desenvolvimento do mal de Alzheimer no cérebro ou o crescimento de bactérias nocivas.
Todos as categorias do prêmio Nobel, exceto o de economia, foram estabelecidas no testamento de Alfred Nobel, magnata sueco que inventou a dinamite. A distribuição começou em 1901. O prêmio de economia foi criado pelo banco central da Suécia a partir de 1968.