A morte de 18 militares brasileiros no terremoto de Porto Príncipe, há um ano, foi ainda mais chocante porque representou a primeira baixa da força nacional no Haiti, no país desde 2004. Nos segundos em que a terra tremeu, os brasileiros estavam em três locais utilizados pelas forças da ONU na capital, e não na base principal (Campo Charlie, onde houve poucos danos).
Para homenageá-los, a força brasileira entrou em formação às 7h30 quando o sol já era muito intensoe respondeu "presente" após o chamado do nome dos mortos, em alusão à continuidade de seus ideais de trabalho.
As tropas brasileiras no país se renovam a cada seis meses. Todo militar em missão da ONU é voluntário, ou seja, escolhe servir num país em conflito.
À noite, uma cerimônia com representantes de toda a Minustah missão de pacificação da ONU no Haiti também foi realizada na base brasileira.
Em 2004, as forças brasileiras priorizaram o desmantelamento de gangues que aterrorizavam a população. Esse trabalho foi concluído em 2006, com sucesso, sem uma única baixa entre as tropas.
O nível de violência atualmente é considerado normal. "A gente fica satisfeito de ver nosso trabalho ser reconhecido pelos EUA, que têm uma logística que ganha qualquer guerra", disse à reportagem o comandante Hércules Pedrosa Lemos.
Mas a retirada, que chegou a ser citada pelo líder da Minustah Edmond Mulet como próxima, parece se tornar cada vez mais difícil, dada a instabilidade política e a devastação causada pelo terremoto.