O governo da Turquia afirmou nesta quinta-feira que publicar caricaturas de Maomé não é liberdade de imprensa, e sim uma injúria ao profeta, por isso não permitirá a divulgação da capa da nova edição da revista satírica francesa "Charlie Hebdo".
"A liberdade de imprensa não deve ser confundida com a liberdade de difamação. Um insulto contra o profeta (Maomé) não é liberdade de imprensa", afirmou o primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu.
Desse modo, o chefe do governo apoiou a decisão tomada ontem por um tribunal que obriga bloquear o acesso aos veículos de comunicação digitais que mostrem a capa, na qual é mostrada uma caricatura de Maomé entristecido pelos assassinatos dos desenhistas e com um cartaz na mão com a mensagem "Je suis Charlie" (Eu sou Charlie).
Davutoglu ressaltou seu repúdio "contra todo tipo de atentados terroristas porque neles morrem inocentes; em Paris morreu o policial Ahmed Merabet, que era muçulmano", lembrou.
"Da mesma forma que era nossa postura na marcha de Paris, agora é em respeito ao profeta. Neste país não daremos permissão para injúrias ao profeta. Quando falamos de uma pessoa admirada por 1,5 bilhão de pessoas, de um grande exemplo, um profeta, não se trata de liberdade de imprensa", concluiu.
O primeiro-ministro justificou o registro dos caminhões de distribuição do jornal "Cumhuriyet" ontem para garantir que não fosse divulgada a capa da "Charlie Hebdo" e argumentou que "quando se divulga este tipo de injúria é preciso tomar medidas por ser um problema de segurança".
- EUA confirmam que vídeo da Al Qaeda é autêntico e investigam laços com ataque
- Eles não são Charlie Hedbo
- Preços da nova edição da "Charlie Hebdo" disparam em revendas pela internet
- Justiça francesa abre 54 processos por apologia ao terrorismo
- Irã classifica edição especial do Charlie Hebdo de provocadora
- Exemplares de edição especial da "Charlie Hebdo" estão esgotados na França