O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, vai se reunir nesta terça-feira (7) com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, para buscar um maior compromisso do governo de Washington com sua volta ao poder, algo que o governo interino afirma ser "inegociável".
O governo que assumiu após a deposição do presidente impediu Zelaya de pousar, domingo, no aeroporto de Tegucigalpa, onde conflitos entre milhares de seus simpatizantes e os militares deixaram um morto e ao menos uma dezena de feridos.
Zelaya recebeu no fim de semana respaldo unânime da Organização dos Estados Americanos (OEA), que suspendeu o país da entidade devido à recusa do governo interino de restituir o presidente de forma imediata e incondicional, após sua deposição em 28 de junho pelos militares.
Em uma entrevista coletiva na capital da Nicarágua, Zelaya se referiu sobre a reunião prevista em Washington com Hillary, na qual tentará apoio para aumentar a pressão sobre o governo atual de Honduras.
"O que esperamos é precisamente o apoio a estas resoluções que foram tomadas evidentemente para que este regime repressivo chegue ao fim, que nas próximas horas eles abandonem os cargos", disse Zelaya a jornalistas em Manágua.
No entanto, o governo interino liderado pelo presidente do Congresso, Roberto Micheletti, tem se mostrado inflexível até o momento ante um eventual retorno de Zelaya, que é acusado de traição à pátria, abuso de poder e corrupção.
"Confio que a secretária Clinton reconhecerá que o cumprimento da lei é a razão pela qual estamos hoje aqui, e que o senhor Zelaya deve render-se por sua inconstitucionalidade e outros atos ilegais", disse Micheletti a uma rede de tevê na segunda-feira (6).
Zelaya foi expulso do país por soldados armados no dia que estava prevista a realização de uma consulta popular que abriria caminho para sua reeleição, apesar de ter sido declarada ilegal por um juiz.