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A mágica que permite condensar um computador dentro de um telefone celular ou tornar um monitor de 50 litros de volume uma tela pendurada na parede tem o nome igualmente mágico de metais terras raras. Seus nomes também não ficam atrás, como európio e térbio (responsáveis pelas cores vermelha e verde em seu monitor de LCD).

A potência magnética desses metais está atrás da compactação. Ímãs de neodímio e disprósio são capazes de assombrar os meninos de meia idade que brincávamos com ímã na infância. Pedacinhos dele seguram pesos inacreditáveis de metal.

Mas o que está atrás das terras raras?

Nos anos 90 havia um e-mail muito reproduzido na rede, ligando telefones celulares a guerrilhas no Congo. Era uma versão moderna dos "diamantes de sangue" onde o luxo de uns era conseguido à custa do sangue de outros. Por um tempo achei a história fantasiosa, mas depois descobri ser verdadeira. Centenas de milhões de dólares em tântalo, estanho e tungstênio são traficados pelo Quênia e Tanzânia e usados para comprar armas e pagar soldados. Depois de uma passada rápida pela Ásia, eles aterrissam na sua mão, na forma de equipamento eletrônico. Essa história é antiga, mas não ultrapassada. Ela está ocorrendo de novo na China, em Baotou.

Minerais terras raras ocorrem geralmente em associação com elementos radioativos, como urânio. Sem o devido cuidado, o urânio drena para cursos de água próximos e contamina pessoas, criações, agricultura e tudo o mais. Muita gente tem sido removida das proximidades de Baotou. Mais, não sabemos. A China não costuma facilitar a divulgação de dados.

Dificuldades ambientais fecharam a mina norte-americana de Mountain Pass, deixando em mãos chinesas mais de 90% da produção de terras raras.

Um artigo recente na Nature Geoscience trouxe a descoberta de grandes jazidas de terras raras ao redor do Havaí e Taiti, na lama submarina, a quilômetros de profundidade e parecem possuir um teor mais alto que as jazidas Chinesas. Trocaremos a contaminação radioativa de pessoas pela extinção de espécies endêmicas nesses dois arquipélagos?

As terras raras e todos os problemas associados estão lá, na ponta tanto da modernidade eletrônica quanto dos geradores eólicos e carros híbridos. Por isso, se você quer realmente cooperar, não adianta só mudar a fonte, precisa principalmente usar menos energia.

No entanto, por mais que evitemos cooperar com a compra de armas e pagamento de soldados no Congo, não temos como fugir do pagamento de impostos. Você já parou para pensar de onde vem o dinheiro para manter o equipamento de guerra do seu país?

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