Gripe muda rotina de grávidas

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O bebê nasceria na última sexta-feira, mas o parto foi antecipado em dois dias por causa da gripe A (H1N1), conhecida como gripe suína. A mãe, Vívian Lazzarotto, conta que preferiu desta forma porque estava com muito medo de ser contagiada pelo novo vírus – as grávidas, assim como as crianças pequenas, os idosos e pessoas com baixa imunidade, são grupos de risco para a nova gripe.

"Escolhemos antecipar em dois dias porque era possível fazer deste modo. Eu estava com 39 semanas e meia e já havia marcado a cesariana: não conseguiria ter parto normal. Havia vaga no hospital e decidimos evitar um problema", diz. Além da mudança no parto, o chá de bebê foi cancelado. "O médico pediu para eu evitar qualquer tipo de aglomeração, até as visitas estão controladas. Só estamos permitidos pegar o bebê o meu marido e eu, depois de higienizar as mãos com álcool em gel", conta.

Vívian não é a única mulher grávida que mudou a rotina por causa da gripe A. Duas noivas, que estão grávidas, tinham o casamento marcado para as próximas semanas e decidiram cancelar a festa. "Um dos casamentos era para 800 convidados. Foi uma correria para avisar todo mundo sobre o cancelamento, mas o mais importante de tudo isso é perceber que existe conscientização", afirma o designer de interiores Marcos Soares, responsável pelo evento.

Além dos casamentos, Soares diz que aniversários de 15 anos também estão sendo cancelados. "Os pais dizem que os jovens são inconsequentes, porque não vão para a aula mas querem ir às festas. Por isso decidiram adiar os aniversários para setembro", conta.

Nos consultórios de ginecologia e obstetrícia, os cuidados para evitar o contágio da gripe A são grandes. "Aqui nós nos antecipamos ao problema: ligamos antes da consulta para ver se a paciente apresenta os sintomas. Se ela estiver com tosse e febre, por exemplo, pedimos para ir direto ao hospital e evitar vir ao consultório, para não colocar as outras grávidas em risco", explica a secretária Elis Regina Freitas.

Há consultórios que pedem a todas as grávidas para usarem máscaras e, ainda, desinfectar as mãos com gel enquanto ficam na sala de espera. Em outros locais, já existe a preocupação em isolar as pacientes grávidas com suspeita de gripe. "Aten­demos em sala separada e isolada, se for necessário. O importante é que todas as pacientes sejam tratadas", afirma o obstetra Leonel Ricardo Curcio. No consultório de Curcio, há um pedido especial para que as grávidas evitem levar durante as consultas outras pessoas, impedindo, assim, as aglomerações na sala de espera.