Pacientes esperam atendimento em Curitiba: uso do remédio tem de ser racional| Foto: Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo

Procedimentos

A prescrição e entrega do Tamiflu não previstas no protocolo ficam sob a responsabilidade do médico agora, em Curitiba. Caso o médico, seja da rede pública ou privada, julgue necessário receitar o medicamento deve seguir os seguintes passos:

1 - Prescrever (dar ao paciente a receita do remédio).

2 - Preencher o formulário padrão do Ministério da Saúde para fornecimento do Oseltamivir, disponível na internet, carimbar e assinar.

3 - Preencher a ficha de notificação epidemiológica para gripe A (H1N1), disponível no mesmo site.

4 - Encaminhar o paciente com a documentação acima para um dos oito Centros Municipais de Urgências Médicas (CMUM) – antes só havia no CMUM do Boa Vista. Sem a documentação completa, o paciente terá de retornar ao médico assistente ou seguir o fluxo normal do CMUM.

5 - Monitorar o paciente

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Tira-dúvidas

Durante dez dias (entre 27 de julho e 5 de agosto), os leitores da Gazeta do Povo enviaram ao jornal suas dúvidas sobre prevenção, sintomas e tratamento da gripe A H1N1. Veja as respostas dos especialistas :

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A partir de agora, os médicos de Curitiba passam a ter autonomia para prescrever o medicamento Tamiflu, indicado no tratamento da gripe A (H1N1). A decisão foi anunciada ontem pela prefeitura, depois da reunião do Comitê de Controle e Prevenção da Influenza A. Antes os médicos só podiam receitar o remédio para pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ou do grupo de risco (crianças menores de dois anos, idosos acima de 60 anos ou portadores de doença prévia).

A medida foi tomada depois que o Ministério da Saúde resolveu atualizar o protocolo para a administração do medicamento, por pressão de entidades médicas que estavam preocupadas com os óbitos de jovens sem doenças preexistentes e com quadro inicial estável. Pelo novo protocolo nacional, em casos não previstos nas regras, o médico, em conjunto com a autoridade de saúde local, passou a ter possibilidade de receitar o medicamento para casos especiais.

Em Curitiba, de acordo com o coordenador do conselho, vice-prefeito e secretário municipal da Saúde, Luciano Ducci, o médico terá autonomia para prescrever, mas por outro lado será inteiramente responsável pela prescrição e monitoramento do paciente. "Como autoridade de saúde local, nós passamos para o médico assistente a possibilidade de prescrever quando ele achar necessário. O uso racional do medicamento é responsabilidade do médico", explicou Ducci.

De acordo com o Ministério da Saúde, o procedimento adotado por Curitiba está correto e atende ao que foi acordado com as secretarias estaduais da Saúde.

Manipulação

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Com maior autonomia dos médicos para prescrever o Tamiflu, será preciso responsabilidade na hora de receitar o medicamento, para que não falte. De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, 272,5 mil tratamentos já foram entregues aos estados e 750 mil serão enviados pelo laboratório fabricante ao Brasil até setembro. O país tem em estoque 8,79 milhões de tratamentos em matéria-prima bruta para serem transformados em cápsulas à medida que isso for necessário.

Em Curitiba, nos últimos dias, a prefeitura teve de recorrer ao medicamento manipulado para dar conta de tratar as crianças que necessitavam do remédio, já que a versão infantil estava em falta – pacientes chegaram a esperar 17 horas pelo tratamento, conforme revelou ontem a Gazeta do Povo. Para suprir a demanda, cápsulas do medicamento indicado para os adultos foram abertas, em uma farmácia credenciada pela prefeitura, e a substância ativa do remédio, o sal oseltamivir, foi dissolvido numa concentração própria para crianças.

"O medicamento tem toda a segurança e eficácia", diz Ducci. O engenheiro Cléber Rodrigo Affânio, pai de uma criança de um ano que recebeu o antiviral pediátrico manipulado, diz que o filho apresentou melhoras após tomar a medicação. "A febre baixou e ele dormiu bem à noite", disse.

De acordo com a diretora-secretária geral do Conselho Regional de Farmácia do Paraná (CRF-PR), Marisol Domingues Muro, não há motivo para preocupação com relação ao resultado do antiviral manipulado. "A liberação de um medicamento apenas é autorizada quando todas as verificações sobre a produção e a eficácia são feitas pela Vigilância Sa­­nitária", explica.

De acordo com Ducci, não é possível manipular o Tamiflu para adultos no momento porque seria necessário ter o sal oseltamivir para produzir o medicamento. "Só o laboratório produtor (a Roche) tem isso. Nós só manipularíamos aqui se o Ministério da Saúde passasse a mandar o sal", explica Ducci.

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